A construção dialógica de um paradidático na Comunidade Quilombola do Maracujá em Conceição do Coité-BA: olhares insurgentes no processo de ensino e de aprendizagem
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Resumo
Esta pesquisa, intitulada “A construção dialógica de um paradidático na Comunidade Quilombola do Maracujá em Conceição do Coité-BA: olhares insurgentes no processo de ensino e de aprendizagem”, teve como locus a Escola Municipal Maria Rita Marcelina Silva, situada no Quilombo do Maracujá, localizado em Conceição do Coité, interior da Bahia, no Território do Sisal. Diante desse cenário, nasceu a seguinte questão de pesquisa: Quais potencialidades de ensino e de aprendizagem podem ser desenvolvidas ao longo da construção dialógica de um paradidático na Comunidade Quilombola do Maracujá para alunos do 4° e 5° ano do Ensino Fundamental, Anos Iniciais? Com efeito, o objetivo geral desta pesquisa foi compreender as potencialidades de ensino e de aprendizagem proporcionadas ao longo da construção dialógica de um paradidático como documento de identidade e emancipação na Comunidade Quilombola do Maracujá. Os objetivos específicos foram: contextualizar o percurso histórico e o processo de reconhecimento da Comunidade Quilombola do Maracujá, em Conceição do Coité-BA, tendo como base a transmissão oral dessas histórias através dos anciões/ãs e do referencial teórico pesquisado; discutir a incorporação das culturas referendadas pertencentes ao âmbito do processo de ensino aprendizagem da escola da Comunidade Quilombola do Maracujá; e construir de forma dialogada um paradidático, tendo como base as vivências e representações em comunidade, que ecoam nos desenhos das crianças do 4° e 5° ano (turma multisseriada) do Ensino Fundamental, Anos Iniciais. A fundamentação teórica ancorou-se em Amorim (2014), Candau e Moreira (2008), Escobar (2005), Freire (2013), Gadoti (2012), Gomes (2003; 2005; 2012; 2017), Jovchelovitch e Bauer (2002), Laguna (2001), Lopes e Macedo (2011), Menezes (2001), Munanga (2001; 2014), Quijano (2005), Ribeiro (2017; 2019), Sacavino (2020), Sacristán (2013), Santos (2007; 2012; 2019), entre outros autores/as que subsidiaram as discussões e as análises. O caminho metodológico consistiu em uma pesquisa de natureza qualitativa, do tipo pesquisa-ação (THIOLLENT, 2011), tendo como instrumentos de coleta das informações as entrevistas narrativas com três anciãs, três lideranças e duas professoras da escola; os Círculos de Cultura, inspirado em Paulo Freire, e a observação das crianças durante a realização das oficinas de reconto de histórias e desenhos sobre a comunidade e com análise de conteúdos ancorada em Bardin (2016). A pesquisa foi aprovada pelo comitê de ética, sob o número CEP - Autorização 4.396.939. Os resultados evidenciaram que o produto da pesquisa, o paradidático intitulado “A riqueza do lugar: história da Comunidade Quilombola do Maracujá”, consistiu em uma opção de material didático-pedagógico para as escolas públicas municipais da cidade de Conceição do Coité, com possibilidade de alcance de outras cidades e como documento de identidade, emancipação, reconhecimento e luta, tornando a comunidade conhecida pelo máximo de pessoas possível, servindo como material de apoio e como uma opção lúdica e responsável para o ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana.