Mulheres negras e o planejamento reprodutivo no protocolo da atenção básica: saúde das mulheres
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Resumo
Este trabalho tem como objetivo analisar o Protocolo da Atenção Básica: Saúde das Mulheres enquanto instrumento norteador para oferta do cuidado em saúde das mulheres negras no planejamento reprodutivo. Trata-se de uma pesquisa de análise documental. A análise preliminar do documento buscou compreender o contexto de quando foi escrito. Após essa análise inicial, a interpretação dos dados levantados foi feita considerando-se os princípios e diretrizes da Política Nacional de Saúde Integral da População Negra e do Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher, além de artigos científicos e documentos técnicos. Os resultados demonstram que o protocolo ignora condições prevalentes na população negra, como a doença falciforme, e falha ao oferecer orientações específicas sobre métodos contraceptivos seguros para esse grupo. Evidencia-se ainda omissões quanto à educação em saúde, à infertilidade e aos efeitos adversos dos contraceptivos hormonais. Mulheres negras enfrentam maiores taxas de gravidez não planejada, fome e acesso precário aos serviços de saúde, mesmo em regiões majoritariamente negras, como Salvador e a Bahia, e todas as questões fisiológicas e sociais precisam ser consideradas em um documento norteador do cuidado em saúde. Embora o protocolo dialogue com diretrizes nacionais e políticas públicas, e também declare compromisso com grupos historicamente excluídos, sua abordagem ainda é centrada em uma mulher universal, branca, desconsiderando as especificidades das mulheres negras. Palavras-chave: Mulher negra; Planejamento reprodutivo; Protocolo da Atenção Básica.