Este trabalho tem como objetivo analisar a assistência à lepra na cidade de Salvador-BA a partir de 1920, quando foi criado o Departamento Nacional de Saúde Pública, até 1947, ano em que o Leprosário Rodrigo de Menezes encerrou as atividades, justificada pelas condições precárias em que se encontrava. Nesse recorte temporal se destacou o início do processo de organização e centralização do sistema sanitário baiano, iniciados após o acordo entre o estado e a União, em 1921. Consequentemente, foram inauguradas as primeiras políticas de combate à lepra pelo poder estatal, influencia que gerou modificações e reorganização na ação assistencial promovida no Leprosário Rodrigo de Menezes que, inicialmente, tinha o objetivo de isolar as pessoas doentes do convívio social. Com os processos de modernização e uniformização sanitária, bem como, os avanços da medicina, o leprosário foi transformado em um espaço que também oferecia tratamento e cuidados. No pós-1930 as políticas sanitárias sofreram novamente mudanças, instituídas pelo governo Vargas passaram por processos de uniformização e reestruturação. Para o desenvolvimento da pesquisa, foi utilizada a metodologia que parte do processo de interrogação sobre a construção das fontes, sendo estas, as leis que serviram para o acordo entre a União e o Estado, um Tratado de Leprologia publicado em 1950, a Gazeta Medica da Bahia, relatórios da Secretaria de Saúde e Assistência Pública e da Diretoria da Sociedade Bahiana de Combate a Lepra, os jornais Diário da Bahia e Diário de Notícias, que circulavam na cidade de Salvador, em 1936, e Teses defendidas na Faculdade de Medicina da Bahia. A problematização dos aspectos da história da lepra em Salvador nos fez pensar sua singularidade e se mostrou necessária para compreensão dos aspectos sociais, bem como suas influências na maneira em que a sociedade baiana se organizou para combatê-la.