Entre a ficção e a história: a literatura escreve a guerra de canudos

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Data
2024-10-07
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Universidade do Estado da Bahia
Resumo

Nesta dissertação, procede-se a uma análise dos romances Entre as chamas, sob a água, de Roosevelt Colini, de 2022, O silêncio do sino: um menino na Guerra de Canudos, de Ivan Santtana, de 2019, e O pêndulo de Euclides, de Aleilton Fonseca, de 2009, com o objetivo de entender o modo pelo qual essas narrativas literárias, tomadas como um mundo representado, ficcionalizam a narrativa histórica sobre a Guerra de Canudos. Para uma análise da ficcionalização da história, são contemplados os aportes teóricos dos estudos literários, como os de Wolfgang Iser sobre a noção de fictício, e seus processos de seleção, combinação e desnudamento da ficcionalidade, e as reflexões de Antonio Candido acerca da construção de personagens. Consideram-se ainda a noção de intertextualidade, na perspectiva de Roland Barthes, para uma análise do diálogo dessas narrativas com Os sertões, de Euclides da Cunha, com a historiografia e a história oral, e as reflexões de Antônio Esteves sobre o romance histórico. Do campo da história, são relevantes, dentre outras, as contribuições de José Calasans B. Silva, Edmundo Muniz e Rui Facó, bem como os estudos sobre memória de Michael Pollak, Pierre Nora e Aleida Assmann. Busca-se apoio na pesquisa realizada por Lidiane Pinheiro sobre o tratamento dado, à época, pelo discurso jornalístico ao conflito armado no sertão baiano. O estudo realizado conclui que os romances selecionados evidenciam o intuito de corrigir uma versão sobre a Guerra de Canudos elaborada pelo discurso dominante, forjado pelo regime republicano instalado no Brasil em 1889.


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CARVALHO, Maria Raimunda Oliveira de. Entre a ficção e a história: a literatura escreve a Guerra de Canudos. Orientadora: Márcia Rios da Silva.2024. 123 f. Dissertação (Mestrado em Estudo de Linguagens) –Departamento de Ciências Humanas, Universidade do Estado da Bahia, Salvador, 2024.
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