A pesquisa insere-se no campo da história da educação e da formação de professores, utilizando como referência teórico-metodológica princípios da abordagem (auto)biográfica, valendo-se das histórias de vida como forma de acessar as memórias das professoras. Configura-se como lócus da pesquisa o Grupo Amigos Aposentados do Gastão-GAAG, tendo como colaboradoras exprofessoras do Instituto de Educação Gastão Guimarães-IEGG em Feira de Santana-BA, Brasil, que constituíram o grupo após a aposentadoria e encontram-se mensalmente há 13 anos. O objetivo da pesquisa foi investigar os processos de constituição identitária, a partir das imagens da profissão construídas pela professoras, ao longo de sua vida profissional no IEGG e que se prolonga, para além da instituição, no espaço do GAAG. Procuro reconstituir a história do IEGG no período de 1968-2000, através das reminiscências das professoras e das várias histórias, a partir das singularidades memorialísticas dos sujeitos que as narram. Toma-se como foco as memórias de 10 professoras, com ênfase nas histórias de vida cruzadas, mas também em documentos (leis, decretos), além de fotos, jornais da época, cadernos, outros materiais organizados pelas professoras e um livro de recortes pertencente ao IEGG como fontes que se entrecruzam aos relatos. Trata-se o perfil etnográfico do grupo, ao destacar a idade, a formação, entrada no magistério, tempo de permanência na profissão, cargos ocupados na instituição, quando se aposentou e começou a participar do Grupo. A perspectiva de análise tomada para a pesquisa é a interpretativa-hermenêutica, a fim de apreender dimensões da memória e suas interfaces com as histórias de vida-formação do grupo pesquisado. As discussões empreendidas na pesquisa entrecruzam questões sobre memória, identidade, gênero e formação de professores, buscando compreender a constituição da identidade docente de um grupo de professoras aposentadas, para além da instituição em que trabalharam.