Cobrir até cansar a mão? Uma discussão sobre o brincar e a linguagem escrita na educação infantil

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Data
2025-08-25
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Universidade do Estado da Bahia
Resumo

Este estudo está situado no contexto das discussões sobre o lugar do letramento e da alfabetização na Educação Infantil, que foram intensificadas com o estabelecimento da obrigatoriedade do Ensino Fundamental de 9 anos, e sobre a importância do brincar no processo de apropriação da linguagem escrita. Trata-se de uma pesquisa qualitativa de caráter exploratório, com o objetivo geral que busca compreender os modos como as crianças lidam com os atos de brincar e com a linguagem escrita considerando as possíveis interseções entre eles. Os objetivos específicos são: identificar as atividades relacionadas ao brincar, à leitura e à escrita pensadas para as crianças, produzidas por, entre ou com elas; descrever os modos como as crianças produzem suas culturas de pares infantis, a partir dos atos de brincar, ler e escrever; apresentar as possíveis articulações entre os atos de brincar e os atos de ler e escrever; e interpretar o que as crianças dizem sobre as atividades de leitura, de escrita e de brincadeiras que vivenciam na escola, e como respondem ou redefinem essas atividades. Para fundamentar as discussões, o referencial teórico contempla autores relevantes para o tema de pesquisa, tais como: Corsaro (2005; 2009a; 2009b; 2011); Vigotski (1995; 1998; 2009); Soares (1999;2020), Friedmann (2012; 2020); Kishimoto (2011); Kramer (1982; 1985; 2002; 2010a; 2010b; 2011), dentre outros. Para responder aos objetivos, adotou-se como metodologia o estudo de caso de inspiração etnográfica, tendo como principais dispositivos a observação participante, o caderno de campo e a entrevista-conversa. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética e Pesquisa- CEP, parecer nº 6.662.478- Universidade do Estado da Bahia- UNEB, e a produção dos dados foi realizada entre os meses de abril e julho de 2024, com base na observação do cotidiano de uma turma da Educação Infantil, de uma escola pública da Rede Municipal de Educação de Salvador, BA. Nesta pesquisa foi possível compreender que as crianças resistem brincando com as palavras. No entanto, ainda que resistam, o processo de apropriação da linguagem escrita precisa ser pautado a partir de situações significativas de reflexão sobre a língua, que abordem, inclusive, a dimensão sonora em contextos lúdicos e letrados. Pois, ainda há muito o que se pesquisar acerca do papel da Educação Infantil no processo de alfabetização, envolvendo o brincar e as interações como princípios do trabalho pedagógico, sobretudo por tratar-se de uma educação destinada às crianças negras e pobres, que precisam ser reconhecidas na sua diversidade, e serem contempladas em ações pedagógicas alicerçadas na justiça social e na democracia. Assim como, faz-se necessária a valorização profissional com políticas de formação de professores contextualizadas e com as estruturas materiais e físicas adequadas para o trabalho com crianças pequenas.


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SANTOS, Maisa Evangelista. Cobrir até cansar a mão? uma discussão sobre o brincar e a linguagem escrita na educação infantil. Orientadora: Ana Paula Silva da Conceição. 2025. 167 f. Dissertação (Mestrado em Educação e Contemporaneidade) - Departamento de Educação, Universidade do Estado da Bahia, Salvador, 2025.
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