As máscaras do silenciamento: uma análise da violência contra a mulher negra em Um Defeito de Cor de Ana Maria Gonçalves.
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Resumo
Este trabalho tem como objetivo analisar o romance Um Defeito de Cor (2024), de Ana Maria Gonçalves, sob a perspectiva da condição do silenciamento social que historicamente é estabelecido às mulheres negras. Além disso, aborda outras formas de violência das quais essas mulheres foram (e ainda são) vítimas, tais como a violência física, praticadas por homens (e também mulheres) desde antes do tráfico transatlântico. A metodologia utilizada para realizar este estudo é de cunho bibliográfico e adota uma abordagem qualitativa, fundamentada nas considerações teóricas de Spivak (2010), Kilomba (2019), Carneiro (2020), Gonzalez (1982), Evaristo (2009; 2020; 2024) e hooks (1995). A análise se concentrou em fragmentos específicos do romance, como a inspiração em Luiza Mahin, que destaca a representação e resistência feminina no processo de luta contra a escravidão; o relato da diáspora africana através de Kehinde; a imposição dos padrões eurocêntricos e suas consequências; e as estratégias utilizadas para driblá-los; bem como as demarcações do silenciamento e da violência como consequência da condição de ser uma mulher negra e/ou escravizada. Um defeito de cor (2024), é uma contranarrativa frente à história única apregoada pela classe dominante no Brasil, por meio da desconstrução das narrativas hegemônicas e da visibilização das experiências e vivências das mulheres negras.