Licenciatura em Letras - Língua Portuguesa e Literaturas - DCHT20

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    Do centro à margem: a concretude do sertão na poesia de Paulo Esdras
    (Universidade do Estado da Bahia, 2025-08-08) Carneiro, Bianca Naely Pereira; Teixeira, Heurisgleides Sousa; Silva, Claudia Rocha da; Piloto, Luzimare Almeida
    Este artigo propõe uma leitura da obra De versos sentidos, do poeta baiano Paulo Esdras, destacando como sua produção poética reinventa a tradição concretista brasileira a partir de uma perspectiva decolonial. A pesquisa, de natureza qualitativa e bibliográfica, analisa como o autor mobiliza elementos visuais, espaciais e tipográficos para construir sentidos que vão além da linguagem verbal, afirmando um pertencimento cultural ao sertão nordestino. Em sua escrita, o sertão não é ausência, mas presença viva e digna: território de resistência, identidade e memória. Ao incorporar vozes, imagens e saberes populares em sua poesia, Esdras desloca o centro da criação literária e propõe uma estética que valoriza a oralidade, a subjetividade e os símbolos da cultura local. Dessa forma, sua obra não apenas dialoga com a poesia concreta, mas a descoloniza, transformando o espaço da página em um campo sensível de resistência poética e cultural.
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    Diálogo entre literatura, sociedade, educação e cinema: as formações identitária, cultural e social em Dona Flor e seus dois maridos, do autor baiano Jorge Amado
    (Universidade do Estado da Bahia, 2025-07-07) Miranda, Tamires Gomes; Aguiar, Valdirene Sertão Silva; Fernandes, Maria Angélica Rocha; Sampaio, Marcolino; Mendes, Luciana Canário
    O presente Trabalho de Conclusão de Curso analisa a obra Dona Flor e Seus Dois Maridos (2012), de Jorge Amado, destacando sua contribuição para a compreensão das formações identitária, cultural e social que foi produzida no contexto baiano. A pesquisa investiga como a literatura pode ser utilizada como instrumento pedagógico, despertando nos alunos a leitura crítica da realidade, ao abordar temas como sincretismo religioso, violência simbólica, regionalismo e pluralidade cultural. A personagem Dona Flor é apresentada como a representação das contradições femininas entre tradição e desejo, revelando conflitos ainda presentes na sociedade contemporânea. A fundamentação teórica apoia-se em autores como Paulo Freire (1967, 1996), Antônio Candido (1995, 2011), Ilana Goldstein (2009, 2019) e Fernandes (2021), utilizando metodologia qualitativa, com base na análise literária e pesquisa bibliográfica. O estudo defende a literatura como caminho para a formação de sujeitos críticos, conscientes e culturalmente integrados.
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    Sociedade, literatura e educação: uma reflexão sobre as representações de gênero na obra Gabriela, cravo e canela (1958) de Jorge Amado em diálogo com Úrsula (1859) de Maria Firmina dos Reis
    (2025-07-07) Vale, Camila Ferreira do; Fernandes, Maria Angélica Rocha; Mendes, Luciana Canário; Santos, Marcolino Sampaio dos
    Este artigo analisa a opressão feminina nas obras Gabriela, Cravo e Canela (1958), de Jorge Amado, em diálogo com Úrsula (1859), de Maria Firmina dos Reis, destacando a luta das personagens contra os limites impostos pela estrutura patriarcal. O objetivo é analisar as ideologias sociais e culturais sobre os papéis femininos e masculinos presentes na obra Gabriela, Cravo e Canela (1958), de Jorge Amado, evidenciando as representações de gênero e a forma como estas influenciam as interações entre os personagens e suas relações com a sociedade, além de refletir sobre como esses aspectos podem ser trabalhados no contexto escolar, promovendo reflexões críticas e a desconstrução de estereótipos de gênero entre os estudantes. A análise dialoga com as ideias de Paulo Freire sobre educação libertadora, ressaltando a importância entre Literatura e educação como instrumento de transformação social. A pesquisa revela que tanto Amado quanto Firmina denunciam a exclusão das mulheres e a manutenção da desigualdade social e de gênero, apontando para a relevância do debate sobre educação e liberdade feminina na literatura. A metodologia utilizada para tais discussões se fundamenta na obra de Amado citada anteriormente e na pesquisa bibliográfica de autores como Fernandes (2021), Freire (1967; 1970), Goldstein (2000, 2009), Ribeiro (1999), entre outros, tais autores serviram de base para a fundamentação teórica.
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    As máscaras do silenciamento: uma análise da violência contra a mulher negra em Um Defeito de Cor de Ana Maria Gonçalves.
    (Universidade do Estado da Bahia , 2025-08-08) Silva, Jamille Souza da; Silva, Claudia Rocha da; Teixeira, Heurisgleides Souza; Araujo, Igor Eduardo dos Santos
    Este trabalho tem como objetivo analisar o romance Um Defeito de Cor (2024), de Ana Maria Gonçalves, sob a perspectiva da condição do silenciamento social que historicamente é estabelecido às mulheres negras. Além disso, aborda outras formas de violência das quais essas mulheres foram (e ainda são) vítimas, tais como a violência física, praticadas por homens (e também mulheres) desde antes do tráfico transatlântico. A metodologia utilizada para realizar este estudo é de cunho bibliográfico e adota uma abordagem qualitativa, fundamentada nas considerações teóricas de Spivak (2010), Kilomba (2019), Carneiro (2020), Gonzalez (1982), Evaristo (2009; 2020; 2024) e hooks (1995). A análise se concentrou em fragmentos específicos do romance, como a inspiração em Luiza Mahin, que destaca a representação e resistência feminina no processo de luta contra a escravidão; o relato da diáspora africana através de Kehinde; a imposição dos padrões eurocêntricos e suas consequências; e as estratégias utilizadas para driblá-los; bem como as demarcações do silenciamento e da violência como consequência da condição de ser uma mulher negra e/ou escravizada. Um defeito de cor (2024), é uma contranarrativa frente à história única apregoada pela classe dominante no Brasil, por meio da desconstrução das narrativas hegemônicas e da visibilização das experiências e vivências das mulheres negras.
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    O sertanejo de vidas secas, os sertões e a relação autor-criador personagem: uma análise Bakhtiniana
    (Universidade do Estado da Bahia, 2025-08-08) Lima, Renara Moraes; Teixeira, Heurisgleides Sousa; Silva, Claudia Rocha da; Guimarães, Maria Aparecida de Souza
    Este trabalho analisa como acontece a relação autor-personagem em Vidas secas (2023), de Graciliano Ramos, considerando o modo como o autor-criador representa o sertanejo Fabiano. Pretende também relacionar essa representação com a do sertanejo realizada por Euclides da Cunha, em Os sertões (1984). Nas duas obras em questão, o sertanejo é descrito com características semelhantes, como força, religiosidade, vulnerabilidade social, apego ao lugar onde mora, situação de pobreza. Em Graciliano, o narrador onisciente seletivo múltiplo, vê além do que a personagem é capaz, estando mais ciente de todo o contexto da estória que Fabiano, personagem principal; este, sem autonomia para se comunicar, utiliza uma linguagem precária, que o narrador procura traduzir em palavras. Já Euclides da Cunha representa o outro em uma linguagem científica, naturalista e crítica, narrando o sertanejo a partir da observação da realidade imposta naquele contexto vigente, sem possuir a onisciência que lhe permite ter o conhecimento do outro ou a preocupação da retratação do discurso do outro, a voz do outro. Esta análise é viável para entender como é feita a construção estética dessas duas obras na descrição do sertanejo e sua representação socioantropológica. Para tanto, faz-se uso de uma pesquisa bibliográfica e dos estudos teóricos de Bakhtin (1997), Friedman (2002), Bosi (2003), Bueno (2001), Rego e Pinzani (2013).