Estrelas Além do Tempo: Cinema, questão racial e relações de gênero.
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Resumo
Este artigo faz uma análise crítica e sociológica do filme Estrelas Além do Tempo (2016) a partir das relações entre gênero, raça e representação, com base em uma perspectiva interseccional. A investigação busca compreender como a narrativa cinematográfica resgata e reinscreve trajetórias de mulheres negras no campo da ciência e da tecnologia, rompendo com estereótipos e silenciamentos historicamente construídos. A partir da ideia de sortilégio da cor, de Elisa Larkin Nascimento (2003), e das contribuições teóricas de autoras como Kimberlé Crenshaw (1989), Angela Davis (1981), Patricia Hill Collins (2000) e Carla Akotirene (2019), o estudo examina como a sobreposição entre racismo e sexismo condiciona as experiências das protagonistas, revelando as múltiplas formas de exclusão e resistência que marcam suas trajetórias. Utilizando a metodologia da análise fílmica com aporte teórico-crítico, o artigo contextualiza as personagens dentro das lutas por direitos civis nos Estados Unidos, ao mesmo tempo em que propõe paralelos com a realidade brasileira, marcada pelo mito da mestiçagem e pela negação do racismo estrutural. Ao refletir sobre os aspectos simbólicos e políticos da representação audiovisual, o trabalho evidencia como o cinema pode atuar como ferramenta de produção de conhecimento e reconfiguração do imaginário social. Trata-se de uma produção vinculada à pesquisa de conclusão de curso em licenciatura em História, com o objetivo de contribuir para o debate sobre o empoderamento feminino e étnico nas narrativas culturais.