O presente trabalho propõe uma reflexão crítica sobre o controle racial penal no Brasil, a partir da análise do currículo do Curso de Formação de Soldado da Polícia Militar da Bahia, ofertado em 2022. A pesquisa parte do entendimento de que o racismo estrutura as práticas institucionais do sistema penal, impactando, sobretudo, a população negra e periférica. Nesse contexto, a formação policial exerce papel central na reprodução ou superação dessas desigualdades. Ao examinar o conteúdo programático e as lacunas no currículo de formação inicial da PM-BA, busca-se compreender de que maneira esse currículo dialoga (ou não) com uma proposta de segurança pública baseada nos direitos humanos, na equidade racial e na justiça social. O estudo adota uma abordagem qualitativa e crítica, mobilizando aportes da criminologia, dos estudos sobre racismo estrutural e da pedagogia crítica. Por fim, propõem-se diretrizes para a reformulação do currículo, com vistas à construção de uma formação policial antirracista e comprometida com a cidadania.