Traços, trilhas e trilhos: qual é o lugar de uma coordenadora branca na ação antirracista, antisexista e antilgbtfóbicas.
Data
Autores
Orientador
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Editor
Resumo
O presente trabalho apresenta uma reflexão sobre a intersecção entre branquitude, gênero e sexualidade, especialmente no ofício e na vida da pesquisadora no exercício de Coordenação Pedagógica. Com uma escrita de si, o estudo coloca em questão os atravessamentos construídos através da branquitude e a importância de se reconhecer a complexidade das experiências pessoais em relação a essas categorias sociais. Explorando a construção da própria identidade da autora, como mulher branca e coordenadora pedagógica, analisa as influências de sua criação, experiências na escola e como a conscientização sobre a branquitude a faz repensar os privilégios e se posicionar como agente do antirracismo, pela ação antirracista. Dessa forma, a pesquisadora compartilha sua experiência, ressaltando a influência dos sistemas de opressão e privilégio nos espaços educacionais, visando disseminar os princípios do antirracismo, antissexismo e antiLGBTfobismo em diversos contextos. O objetivo do estudo é investigar os atravessamentos da branquitude, nas práticas discursivas de professoras/es. Interessa, sobretudo, refletir os aprendizados no processo de pesquisa, buscando entender como essas categorias interagem e influenciam as dinâmicas de poder, usando a interseccionalidade como princípio epistemológico. A investigação, também, se concentra na manifestação da interseção no ambiente escolar, buscando analisar como normas de gênero e sexualidade são toleradas ou desafiadas pelas/os professoras/es da Educação Infantil, Ensino Fundamental e Educação de Jovens e Adultos (EJA) da escola rural de Caeté-Açu, Chapada Diamantina-Bahia, e como isso afeta a dinâmica da sala de aula. Utilizando uma abordagem teórico-metodológica que toma contribuições da análise de discurso de Michel Foucault combinando, de forma a enriquecer o trabalho, a ferramenta analítica da interseccionalidade em uma abordagem crítica. Ao unir essas perspectivas, é possível explorar como os discursos das/os professoras/es e seus enunciados podem ser atravessados por estruturas de poder que reforçam desigualdades baseadas em raça, gênero e sexualidade. A intervenção assume a narrativação memorialística como método, a conversa como metodologia de intervenção e a roda de conversa como dispositivo metodológico para construir uma abordagem de pesquisa pessoal e experiencial. Destacando a importância de desafiar discursos hegemônicos em busca de uma educação inclusiva e igualitária, dialoga com autoras feministas, dentre elas Sueli Carneiro, Patrícia Hill Collins, Carla Akotirene, Cecília Sardenberg, Zuleide Paiva da Silva e Tatiana Nascimento.