Descolonização do currículo nas experiências de educação contextualizada para a convivência com o semiárido brasileiro: um olhar sobre as escolas do campo no território sertão do São Francisco
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Resumo
Este estudo analisa como a proposta de Educação Contextualizada está sendo implementada nas escolas do campo, no Território Sertão do São Francisco, para perceber se, de fato, está ocorrendo a descolonização dos currículos e a promoção do protagonismo dos sujeitos do campo. A pesquisa foi realizada em três escolas do campo, localizadas nos municípios de Juazeiro, Uauá e Curaçá, no território Sertão do São Francisco. O embasamento teórico-metodológico fundamenta-se na fenomenologia, optando como método de procedimento o estudo de caso, do tipo qualitativo. Para a pesquisa de campo, foram utilizadas as técnicas de entrevistas com pessoas chaves (Secretários/as de educação, gestores/as, técnicos e técnicas de educação e professoras das escolas pesquisadas), além da observação direta por meio de visitas às escolas do campo, eleitas como lócus da pesquisa e do Diário de Campo. Para o embasamento teórico, foram acessados estudiosos como José de Souza Silva com a teoria do “Bem Viver”, Edmerson dos Santos Reis e Josemar da Silva Martins que discutem a Educação Contextualizada e o currículo descolonizado, além de Roseli Salete Caldart, Monica Castagna Molina e Celia Regina Vendramini, que trazem o debate sobre Educação do Campo, dentre outros. Os resultados apontam que, apesar das estratégias utilizadas pelos municípios pesquisados ao trabalharem um currículo contextualizado, essas não dão conta de abarcar o universo plural dos contextos escolares, visto que, para que esses instrumentos e ações venham obter uma eficácia, faz-se necessário e urgente a implementação de uma Política Pública que institucionalize a Educação Contextualizada como uma prática a ser incorporada pelas Secretarias Municipais de Educação, que precisa ir além do direito básico, que, por sua vez, não garante aos sujeitos do campo uma educação de qualidade, que respeite e contemple os seus contextos de vida. Embora haja esforços individuais e de um pequeno coletivo, a descolonização do currículo, nas experiências de educação contextualizada para a convivência com o Semiárido Brasileiro, ainda se mostra como uma não política pública, mesmo já existindo seus marcos conceituais, suas bases e diretrizes, em parte consolidadas.