Educação contextualizada no cenário das avaliações padronizadas

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Data
2016-03-02
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UNEB
Resumo

Este trabalho resulta de uma pesquisa sobre os desafios da Educação Contextualizada, no cenário das avaliações padronizadas, tendo como ponto de partida, a seguinte questão: Quais são os desafios no desenvolvimento da Educação Contextualizada, na Rede Municipal de Ensino de Juazeiro-BA, tendo em vista o cenário das avaliações padronizadas, na versão da Prova Brasil? Embora os estudos e pesquisas educacionais atuais venham se direcionando à defesa de processos educativos pautados na complexidade, religação dos saberes e no diálogo entre as pautas locais e globais, as políticas educacionais brasileiras têm sido direcionadas a partir da política neoliberal, que coloca a educação a serviço do mercado, tornando-a o principal veículo de reprodução das desigualdades, essência do capitalismo. Nesse sentido, escolhemos para o desenvolvimento desta pesquisa, elementos de natureza fenomenológica, com referencial metodológico que contempla, também, técnicas da etnografia. Para construção das informações, realizamos a observação participante das Formações Continuadas e entrevista semiestruturada com docentes do 5º ano; de modo que nossas análises se desenvolveram por meio da triangulação de dados e elementos da análise do conteúdo. Assim, desvelamos que os organismos internacionais que financiam as reformas da educação brasileira determinam critérios de empréstimo e financiamento, estabelecendo metas padronizadas a serem cumpridas através da educação, as quais são verificadas a partir de uma matriz curricular homogênea e universal que seleciona e determina os saberes a serem avaliados. Esta pesquisa investigou, especificamente, a Prova Brasil (financiada pelo Banco Mundial), cujo discurso oficial oculta-se sob a justificativa de ser uma inovação que visa a diagnosticar a qualidade do ensino oferecido nas escolas brasileiras, a qual é expressa pelo Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), com o propósito de orientar as políticas públicas educacionais. E o que esta investigação nos apontou foi o fato de que este processo “avaliativo” que se baseia na homogeneização, fragmentação disciplinar, responsabilização vertical, competitividade, ranqueamento e publicização dos resultados, tem influenciado diretamente na política de formação continuada dos professores, no estreitamento do currículo vivenciado nas escolas e na autorresponsabilização dos docentes, os quais pressionados a alcançarem as metas postas, se veem encurralados e terminam por limitar o trabalho pedagógico às estratégias que auxiliam a “treinar” os alunos para os testes, ampliando ainda mais, a descontextualização do ensino e a anulação das realidades locais, em detrimento do currículo hegemônico que orienta os testes. As avaliações padronizadas se constituem, pois, como forte elemento de colonização e dificultador do desenvolvimento da Educação Contextualizada, uma vez que apresentam princípios opostos.


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