Esta pesquisa tem como objetivo analisar o protagonismo feminino e a resistência antirracista de professoras negras de Caetité e região, a partir das narrativas de suas experiências como professoras negras da Educação Básica. Por este caminho, analisa questões atuais de racismo e desigualdades sociais em salas de aula, ao tempo em que reitera o impacto de uma educação antirracista promovida pelas professoras negras em espaços escolares. Numa abordagem qualitativa e exploratória, a História oral foi eleita como método principal na coleta e análise de dados, a partir de entrevistas semiestruturadas e base teórica assentada em autores/as como Anjos (2018), Hooks (2013), Dantas (2021), Kilomba (2008), Rodrigues (2011), Miguel (2023), Tanuri (2000), Cruz, Santos, Nogueira e Nogueira (2021), Almeida (1998), Reis (2007), Pinheiro (2023) e Portelli (1997). Os resultados apontam que as professoras negras ainda enfrentam desafios significativos em suas trajetórias de vida, marcadas por estruturas de opressão racial e de gênero que atravessam o espaço educacional e suas dinâmicas sociais. Essas mulheres protagonizam iniciativas que buscam não apenas combater o racismo e as desigualdades sociais, mas também promover práticas pedagógicas antirracistas, inclusivas, abrindo caminhos para a transformação do espaço educacional em um lugar de acolhimento e de conscientização. Desse modo, reafirmam-se suas vozes como essenciais na construção de uma educação antirracista e igualitária, que reconheça a pluralidade de identidades e histórias, principalmente, do povo negro. Desse modo, inserida na temática da história das mulheres, esta pesquisa poderá contribuir para os estudos étnico-raciais da cidade de Caetité e região, tornando-se, portanto, uma investigação relevante no reconhecimento das dificuldades sofridas pelas mulheres e negras na educação e por trazer a sala de aula como um espaço político, estratégico e de protagonismo negro refutando uma herança escravista que teima em oprimir mesmo diante de outros contextos sociais.