A cor da educação de jovens e adultos no Brasil: Interfaces entre a EJA e a escolarização de pessoas negras
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Resumo
Os indicadores da educação brasileira evidenciam as disparidades entre os processos de escolarização de pessoas brancas e negras no país, os quais refletem os históricos processos de exclusão e de negação de direitos das pessoas negras afro-brasileiras. Nessa conjuntura, a Educação de Jovens e Adultos (EJA) se configura como o espaço de encontro de sujeitos com trajetórias escolares descontínuas – reflexo, em grande parte, da exclusão social e étnico-racial. Nesse contexto, partindo de uma abordagem qualitativa e do Método de Análise de Conteúdo de Bardin (2016), este trabalho tem como objetivo geral “analisar as relações entre a Educação de Jovens e Adultos (EJA) e os processos de escolarização de pessoas negras no Brasil”, partindo da premissa de que essa modalidade educacional tem cor e raça. Para tanto, foi realizado o Estado da Arte das Teses e Dissertações do Catálogo da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), a fim de identificar as formas como essas produções abordam o tema e construir um panorama sobre as abordagens, os cenários, os sujeitos, os resultados e os/as proponentes das pesquisas. O estudo evidenciou que as teses e dissertações discutem sobretudo: os fenômenos de juvenilização e enegrecimento dos estudantes da EJA; os impactos da interseccionalidade de raça, gênero e classe social; os impactos das dinâmicas escolares e das propostas curriculares no processo de escolarização das pessoas negras; e, a indissociabilidade entre os indicadores de permanência, evasão, "sucesso" e "fracasso escolar” e os marcadores sociais dos estudantes.