O presente trabalho é um memorial de formação realizado por uma coordenadora pedagógica atravessado por narrativas de dois professores e uma professora não-licenciados/a. Através da pesquisa (auto)biográfica com inspirações pós-estruturalistas objetivou-se investigar sobre como os/as professores/as de componentes técnicos atuantes no Centro Estadual de Educação Profissional em Controle e Gestão do Nordeste Baiano Pedro Ribeiro Pessoa em Catu-BA compreendem/constituem as suas professoralidades e interpretar as contaminações do devir professor/a não-licenciado/a na constituição das suas professoralidades. Acionei os aportes teóricos da Filosofia da Diferença de Derrida (2001), da professoralidade de Pereira (2016), da formação na Educação Profissional e Tecnológica de Miranda e Sales (2020) e do a-com-tecimento de Carvalho (2008), combinados a realização de entrevistas narrativas como dispositivo de acesso as histórias de vida dos/as colaboradores/as da pesquisa e através da Análise do Discurso inspirada em Foucault (1999), construo uma escrita frágil e forjada em assumir a nossa incompletude. Compreende-se, portanto, que constitui-se em professoralidades construídas através do improviso, da inventividade, do contato com familiares que são docentes, das experiências enquanto estudante e, principalmente, no reconhecimento de que a licenciatura não é o único caminho para o exercício da docência na Educação Profissional e Tecnológica. Assim como, a formação em exercício de professores/as não-licenciados/as é importante, desejada e necessita da criação de um ambiente formativo que acolha as nossas trajetórias que são diferentes, múltiplas e únicas. Um exercício constante de ver, rever e transver as nossas experiências e afetações no processo de (re)construção da nossa professoralidade.