Música de protesto para o pensar crítico e o fazer poético na escola.
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Resumo
Considerando a realidade dos aprendizes pertencentes à Educação Básica da escola pública na contemporaneidade e de acordo com pesquisas sobre os índices educacionais registrados, no que tange ao domínio da leitura, escrita e pensamento crítico, observamos uma enorme lacuna, a qual necessita de resolução urgente. Diante do exposto, o objetivo aqui é apresentar uma proposta de intervenção pedagógica utilizando música de protesto dentro de uma dimensão multidisciplinar, a fim oportunizar práticas de leitura e de escrita, além da reflexão sobre os discursos presentes nas composições, seus contextos e críticas sociais, estabelecendo relação com as práticas interativas dos sujeitos envolvidos. A metodologia foi estruturada em 10 etapas, envolvendo interpretação musical, interação poética e produção de composições musicadas a partir das músicas de protesto Geração de pensadores, de MC Garden (2015) e Lucro (descomprimindo) (2016) e Invisível (2017), da BaianaSystem, e aplicada na Escola Municipal Professora Auta Pereira de Azevedo, localizada no povoado do Sítio do Aragão/Santo Estevão/Bahia. Os sujeitos escolhidos são estudantes do 9º ano, Ensino Fundamental, composto por 17 alunos, sendo seis do sexo feminino e 11 do sexo masculino, com idades entre 13 e 16 anos, oriundos da zona rural do referido município. A fundamentação teórica tem o amparo dos Parâmetros Curriculares Nacionais de Língua Portuguesa – PCNs (Brasil, 1997), Lei de Diretrizes e Base da Educação Nacional – LDBEN (Brasil, 1994/1996) e Base Nacional Comum Curricular – BNCC (Brasil, 2018), documentos publicados para contextualizar as orientações da educação na contemporaneidade. Paralelamente, dentre outros autores, respaldamo-nos em Alencar e Fleith (2003), Fiorindo e Wendell (2023) e Stoltz (2021), que abordam a criatividade e a emoção em sala de aula; Polleto (2019) e Coelho (2013), que discutem as origens do Funk; Hall (2002) e Callegari (2010), que tratam dos conceitos de pertencimento; Lourenço (2010) e Palermo Filho (2019), os quais abordam a performance musical; Cordeiro, Silva e Rodrigues (2014), Farias (2018) e Contier (2021), que tratam de produção musical e crítica social; e, por fim, Ortega (2015), Cásper (2016), Belisário e Oliveira (2023), que abordam músicas de protesto. Os resultados indicam que, ao trabalhar com as músicas de protesto, os alunos desenvolveram habilidades discursiva, artística e linguística, além do pensar crítico e do desenvolvimento da prática de leitura e da escrita poética.