A memória fascina o homem desde tempos incontáveis, vista como um ser divino ou matéria física, tornou-se objeto de estudo em várias áreas do conhecimento. Este trabalho, bebendo da fonte de memórias e utilizando da literatura, mas especificamente, através da análise do romance Leite Derramado, relaciona os ecos históricos na perspectiva ficcional com as narrativas autobiográficas, que têm assumido no mundo contemporâneo um papel relevante. Valendo-se das teorias de Santo Agostinho, Henri Bergson, Maurice Halbwachs, entre outros, esta pesquisa teve por finalidade, despertar os olhares para a importância da memória enquanto discurso narrativo literário e historicamente marcada por experiências múltiplas. As lembranças do passado representam a força movedora de muitas histórias relatadas no presente, fruto das experiências individuais e coletivas cravadas em cada fato vivido. Nesse ínterim, a feitura das memórias segue a ordem que o autor atribui, cronologicamente, é a alma o fio condutor de tudo, até dos esquecimentos.