O presente trabalho possui como objetivo refletir a prática da escrita porno-erótica como meio de interferir e explanar os problemas sócio-humanos presentes na contemporaneidade. Inserido na Literatura Brasileira Contemporânea, o romance analisado, A fúria do corpo, escrito por João Gilberto Noll, retrata, por meio da ficção, questões identitárias e sociais que estão presentes no cotidiano de sujeitos excluídos e que se mantêm à margem do meio social. A utilização de palavras, expressões e ações consideradas ‘pornográficas’ – ressaltando que há diferenças entre os termos pornografia e erotismo, os quais são identificados e esclarecidos ao longo do trabalho – são perceptíveis para que o autor faça críticas à sociedade, além de tais métodos e características servirem como base para o estudo que se segue. É notável, portanto, que a análise e exploração nesta monografia, através do romance, buscam refletir as atividades diárias exercidas pelos sujeitos marginalizados, representados pelos protagonistas, assim como os processos da exclusão e miséria sociais.