Saravá pra quem é de Saravá: a umbanda do sertão sisaleiro da Bahia (1985-2016)
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Resumo
Este trabalho busca investigar a existência da prática religiosa em torno da umbanda nos sertões da Bahia, mais precisamente, na cidade de Retirolândia, situada no Território do Sisal, entre os anos de 1985 e 2016, a partir da história do Centro de Boiadeiro e dos Terreiros de Oxóssi e Iemanjá com base nas trajetórias de vida de seus fieis, visando problematizar relações sociais, práticas curativas, conflitos e possíveis diálogos com os rituais do candomblé. A umbanda é uma religião sincrética, formada a partir das influências africanas, indígenas, católica e kardecista, contudo, a umbanda não é uma religião estática que possui uma doutrina ou identidade religiosa fechada. Na Bahia é possível encontrar terreiros umbandistas que dialogam e compartilham de rituais do candomblé e de outras manifestações afro-brasileiras, tanto no litoral como no sertão. Busca-se traçar um mapeamento das congregações religiosas do Território do Sisal e evidenciar o quanto os terreiros de umbanda predominam nestes limites. Trata-se de um estudo que considera as manifestações religiosas dos sertanejos, mas que se direciona concomitantemente ao litoral para refletir acerca da desvalorização do sincretismo presente na umbanda frente ao processo de afirmação do “mito da pureza nagô”. Para tanto se recorre a uma esparsa documentação: as fontes orais, aos documentos produzidos pelo legislativo e entidade federativa dos cultos afro-brasileiros; dados estatísticos do IBGE, produção memorialista local e aos jornais A Tarde, Diário de Notícias, Jornal da Bahia e Tribuna da Bahia entrecruzados com um significante referencial teórico