No processo de construção da história brasileira há uma gama de elementos sociais que compõe a história das sociedades. A família vem sendo abordada no sentido de vislumbrarmos os vestígios do cotidiano vivido por certos grupos familiares. Esse cotidiano, de outro tempo é revelado através das informações coletadas a partir de uma documentação que forneça indicativos acerca dos hábitos de vivência de determinados grupos de família e que corroboram com a visualização do cenário onde atuaram as personagens dessa história. Para a História Social, as questões relacionadas às famílias e o seu cotidiano associam-se ao desenvolvimento de uma atividade econômica, aos hábitos alimentares, o ambiente da casa, seu mobiliário e as pessoas que coabitaram nesse contexto. Assim, o trabalho em questão, vem contribuir com a construção da história coiteense, trazendo elementos do cotidiano das famílias que ocuparam e povoaram a região dos Sertões dos Tocós, mais especificamente o município de Conceição do Coité no período compreendido entre os anos de 1872 a 1899. Essa pesquisa explora o cenário do sertão baiano e o desenvolvimento das relações de trabalho, a propriedade da terra (constução do patrimônio), as atividades econômicas e suas relações sociais. Nessas propriedades praticava-se a pecuária, além da prática da agricultura e o cultivo, sobretudo da mandioca (atividades amparadas pelo trabalho escravo atuando em atividades ligadas à lida com os animais e o cultivo nas lavouras, serviços domésticos e pela mão de obra familiar). Assim, a criação e o comércio do gado, o cultivo de produtos agrícolas, a posse de escravos foram os principais responsáveis pela formação da riqueza dos proprietários e da economia familiar em Conceição do Coité.