Acessibilidade comunicacional na UNEB – Campus XI: diálogos entre servidores administrativos e discentes com deficiência visual
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Resumo
A Audiodescrição é um recurso de acessibilidade comunicacional que consiste na tradução de conteúdos imagéticos em texto acessível para pessoas com deficiência visual, com transtornos específicos da aprendizagem da leitura (dislexia) e idosos, que são o seu principal público consumidor. No âmbito acadêmico, as IES devem estar atentas à promoção da acessibilidade, uma vez que o direito à comunicação é institucional e para todos. Desta forma, a UNEB vem desde 2002 adotando medidas para a promoção da acessibilidade e inclusão em seus 24 departamentos. Com o ingresso de alunos com deficiência visual no DEDC – Campus XI – Serrinha no ano de 2018, foi preciso pensar nesse tipo de acessibilidade junto ao coletivo de profissionais que realizam as atividades administrativas, sejam do quadro Técnico Administrativo, cedidos ou Terceirizados, já que estão em convivência diária com os discentes com deficiência visual matriculados nos cursos oferecidos pelo departamento. Neste contexto, esta pesquisa surgiu, cujo objetivo foi analisar as concepções dos discentes com deficiência visual e servidores sobre as experiências de Audiodescrição realizadas nas atividades técnico-administrativas de alguns setores da universidade. Visando à realização de roda de conversa sobre Audiodescrição para servidores e discentes como intervenção, foi elaborada a seguinte questão: qual é a concepção dos servidores da UNEB - Departamento de Educação - Campus XI – Serrinha sobre acessibilidade comunicacional e como essa reflete na inclusão e na permanência dos discentes com deficiência visual nos cursos de graduação oferecidos pelo Departamento? Para responder a esta questão e atingir os objetivos, a metodologia deste estudo foi de natureza aplicada, com abordagem qualitativa, do tipo exploratória, aproximando-se da pesquisa-ação. Foram realizadas entrevistas e aplicação de questionário semiestruturado, cujos dados foram descritos através da Análise de Conteúdo de Bardin (1977) e apresentados na forma de Constelação de Atributos. O produto final da intervenção foi um Curso de Formação Profissional em Audiodescrição para servidores e discentes com deficiência visual, no qual foram socializadas as normas da Audiodescrição e provocadas discussões entre os participantes de forma a contribuir com a análise dos roteiros pelos discentes, em uma futura possibilidade de atuação como Consultores em Audiodescrição. Destaca se a profícua participação dos discentes na busca de fazer valer os seus direitos, revelando o cenário da acessibilidade, aprofundando as discussões e assumindo o papel de verdadeiros formadores sobre os temas. Os dados revelaram que os discentes construíram uma concepção bastante crítica acerca da acessibilidade no campus, norteados pelas suas percepções e experiências que refletiram negativamente em suas vivências na universidade. Concepções similares foram reveladas nos depoimentos dos servidores, de onde podemos concluir que a acessibilidade ainda precisa ser instituída e que a acessibilidade comunicacional deve ser o cerne das discussões e da adoção de práticas inclusivas em toda instituição