Transposição Didática em Aulas no YOUTUBE: o discurso da BNCC e do professor-sujeito de Língua Portuguesa
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Resumo
Esta dissertação tem como objetivo analisar como se apresenta o discurso do sujeito-professor de Língua Portuguesa no processo de Transposição Didática nas vídeoaulas de gramática, literatura e produção textual, disponíveis no Youtube. Com o propósito de atender a esse objetivo geral, definimos os objetivos específicos seguintes i) identificar quais são os sentidos de ensino em relação a gramática e a produção textual que emergem na memória discursiva dos sujeitos-professores; ii) analisar os sentidos do discurso do sujeito-professor no que diz respeito ao ensino de gramática e produção textual durante o processo de transposição em relação ao discurso da BNCC; iii) refletir de que modo se apresenta o interdiscurso, a partir do resgate da memória discursiva presente na BNCC no discurso das professoras das vídeoaulas do Youtube. As questões de pesquisa explicitadas neste estudo baseiam-se nas seguintes indagações: i) Como os professores e professoras de Língua Portuguesa, observados através de aulas no Youtube, estão realizando discursivamente em sua prática de ensino a transposição didática dos saberes? ii) Esses discursos são retomados interdiscursivamente através da memória pelos professores em relação à BNCC? iii) Quais discursos estão presentes? Esta pesquisa teve como aporte teórico e metodológico a Análise de Discurso francesa (AD) na perspectiva de Pêcheux (1975, 1990, 2011, 2014, 2015) e Orlandi (2007, 2009, 2012, 2015, 2017), como também Althusser (1992) e Chauí (2016), nas discussões de ideologia e Chevallard (1991, 2009) no embasamento a esta pesquisa acerca da compreensão da transposição didática e da BNCC (2018). As análises foram realizadas por meio de categorias analíticas (Memória Discursiva e Interdiscurso) apresentadas por Pêcheux (2014, 2015) e Orlandi (2015). Os resultados apontam que o discurso da professora-sujeito da aula de gramática apresenta-se, em grande parte, contraditório em relação aos discursos teóricos e práticos preconizados no discurso sedimentado, institucionalizado dos documentos oficiais, PCN’s (1998) e BNCC (2018). O discurso e, consequentemente, a transposição didática estão baseados numa metodologia tradicional que ainda se faz presente na memória discursiva da professora-sujeito, reproduzindo os sentidos construídos, historicamente, no âmbito de formações discursivas. Quanto à aula de produção textual, ao contrário da aula de gramática, a professora-sujeito, em sua transposição dos conhecimentos, constrói uma memória de sentidos, quando faz retomadas, definições e reformula enunciados, incorpora recursos linguísticos e multissemióticos conforme preconiza a BNCC. Nessa luta, iniciada pelo professor-sujeito do saber, todos precisam cumprir seu papel. O professor deve ser o primeiro a buscar, em suas práticas, o desenvolvimento do saber compartilhado, cujo discurso busca deslocar o aluno-sujeito de mero receptor e torná-lo partícipe do processo de ensino-aprendizagem, promovendo atividades que destaque os sentidos que o próprio aluno produz e identifica no propósito de empregá-los em diversas situações de interação social.