O número de pessoas privadas de liberdade tem aumentado consideravelmente nos últimos anos e a distância entre as políticas sociais e o encarceramento parece refletir a incompatibilidade da sociedade com os direitos sociais dessas pessoas. Políticas de Saúde voltadas para as pessoas privadas da liberdade foram criadas, porém, é fundamental falar em integralidade e refletir sobre a incorporação destes princípios, impondo um olhar ampliado sobre o homem e suas demandas subjetivas, no sentido de aproximar as ações de saúde direcionadas às pessoas privadas de liberdade às diretrizes propostas pelo SUS, a qual a interprofissionalidade se destaca nesse cenário de formação das equipes de saúde como competências e estratégias para qualificar o cuidado. Objetivo Geral: compreender as concepções dos profissionais de saúde de uma unidade prisional sobre o conceito de saúde, direito à saúde, trabalho em saúde, trabalho em equipe, interprofissionalidade e de cuidado em um município do interior da Bahia. Objetivos específicos: conhecer as múltiplas concepções de saúde de profissionais de saúde em uma unidade prisional em um município na Bahia e os impactos da prática do cuidado em saúde na atuação destes profissionais; descrever a experiência de uma oficina pedagógica desenvolvida para profissionais de saúde de uma unidade prisional sobre o cuidado em saúde, o trabalho em equipe e o trabalho interprofissional. Método: trata-se de um estudo qualitativo exploratório, realizado em uma unidade prisional do interior da Bahia, em que os profissionais de saúde que lá atuam conforme critérios de inclusão e exclusão foram convidados e 18 participaram, A pesquisa foi aprovada no Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade do Estado da Bahia (CEP/UNEB) sob o CAAE 69709423.0.0000.0057 em 2013. A produção dos dados foi feita por entrevista semiestruturada. O método escolhido para organização e interpretação dos dados foi a Análise de Conteúdo. Resultados: foram produzidos três artigos: A multiplicidade no olhar e os impactos na vida dos profissionais de saúde: um estudo sobre o cuidar em pessoas que vivem privadas de liberdade; A interprofissionalidade, o direito, o trabalho à saúde: desafios e possibilidades em uma unidade prisional; O cuidado na perspectiva interprofissional: o olhar de profissionais de saúde de uma unidade prisional. Foi possível perceber que há uma compreensão sobre conceitos importantes como saúde e cuidado, porém, ainda há um caminho a ser percorrido na clarificação da interprofissionalidade e de como essa deve ser posta em prática. Há também que descrever sobre as dificuldades da atividade laboral em saúde dentro da unidade prisional que foram expostas, tanto aquelas relacionadas a estrutura organizacional do SUS e do sistema prisional, quanto as de cunho pessoal, incluindo as dificuldades psicológicas que os profissionais da saúde enfrentam ao trabalhar em uma unidade prisional. Enquanto produção técnica, foi realizada uma qualificação sobre cuidado e interprofissionalidade, em que houve uma participação ativa dos trabalhadores e uma demonstração de interesse de apreender a discussão. Considerações finais: nota-se que há uma de limitação para práticas profissionais, e demonstra uma importância sobre qualificações sobre o tema. No entanto, ao realizar a oficina destacou-se a necessidade de reuniões de equipe e de um aprimoramento do cuidado.