Escrita em língua inglesa por alunos surdos: influências advindas da Libras e da língua portuguesa
Data
Autores
Orientador
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Editor
Resumo
A Libras é a língua materna dos surdos no Brasil, enquanto a língua portuguesa é sua segunda língua, desta forma, o presente trabalho analisa influências da Libras (L1) e da Língua Portuguesa (L2) no aprendizado da escrita em Língua Inglesa (L3), utilizando meios experimentais no uso de atividades interativas socioculturais vigotskianas e do Ensino Comunicativo de Línguas, a saber: atividades destinadas ao ensino da língua inglesa como L2 adaptadas para o ensino desta como L3, com alunos Surdos, jovens e adultos, na faixa etária entre 18 e 45 anos. A pesquisa foi norteada pelas seguintes hipóteses: como será a escrita em língua inglesa sob influências da Libras? A língua portuguesa também influenciará a escrita em língua inglesa pelos surdos? As abordagens de ensino que propõem a interação/comunicação, juntamente com uma metodologia adequada às especificidades dos Surdos – a visual – contribuiria para o aprendizado? Na busca de respostas para as referidas hipóteses, foi ministrado um minicurso de 120 h/a, nas dependências da Primeira Igreja Batista de Valença-BA, com dez Surdos do município. A presente pesquisa foi desenvolvida como uma pesquisa-ação, tendo por objeto de estudo uma situação social e específica, com análises feitas a partir dos instrumentos de coleta de dados como: formulário – cujo objetivo foi colher informações para traçar o perfil dos participantes – redação em língua portuguesa, a fim de testagem do nível de conhecimento deles sobre a mesma – atividades, direcionadas, de pré-escrita – e de escrita, elaboradas mais livremente – notas de campo para registro durante o curso. As análises de tais atividades indicaram que houve maior influência da Libras, para a elaboração das atividades em língua inglesa – estratégias de transferência linguística – interlíngua. Houve, também, influências da língua portuguesa nesse processo. A análise geral, das aulas, notas de campo e do corpus da pesquisa, demonstrou que os alunos tiveram diversos benefícios, não apenas no aprendizado de língua inglesa, mas também na interação linguística promovida pela comparação constante entre as três línguas. A mudança de comportamento quanto à motivação para o estudo tanto da língua inglesa, quanto ao aprimoramento da escrita em língua portuguesa, também foi gradativamente acentuada. O estudo do corpus demonstra que os Surdos foram, em maior grau, influenciados pela língua materna – a Libras – e em menor grau pela língua portuguesa – a L2. Conforme as análises, chega-se à conclusão de que o ensino pautado na teoria sociocultural e no Ensino Comunicativo de Línguas, juntamente com estratégias aliadas às peculiaridades bilíngues desse aprendizado, mostrou-se efetivo e satisfatório ao ensino/aprendizagem da escrita – leitura e produção – em língua inglesa por alunos Surdos.