Literatura negro-brasileira, Esmeralda Ribeiro (1991) e Lima Barreto (1998): labutas de uma postura pós-colonial
Data
Autores
Orientador
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Editor
Resumo
As narrativas construídas acerca dos sujeitos negros brasileiros, tanto na História oficial quanto no cânone literário, não foram justas. Além disso, a produção literária de autoria negra que se propunha à construção de diferentes histórias foi propositalmente negligenciada. Diante disso, esta pesquisa busca apresentar a proposta da literatura negro-brasileira e refleti-la enquanto uma insurgência pós-colonial disposta a romper com as narrativas hegemônicas, difusoras de uma história única, e a nomear a experiência literária negro-brasileira. Essa proposta é realizada mediante a análise das obras Clara dos Anjos e Guarde Segredo, de Lima Barreto (1998) e Esmeralda Ribeiro (1991), respectivamente. A referente análise enfatiza a releitura de Clara dos Anjos, no conto Guarde Segredo, e investiga as estratégias utilizadas por Ribeiro (1991) para reiterar a denúncia feita anteriormente, por Barreto (1998), e, ao mesmo tempo, acrescentar novas significações à história, bem como assinalar o seu lugar discursivo, enquanto uma mulher negra escrevendo sobre si mesma. Para tanto, tem-se como metodologia a pesquisa bibliográfica, cujo método de abordagem utilizado é o hipotético- dedutivo. Desse modo, os resultados alcançados nesta pesquisa levaram à conclusão de que Esmeralda Ribeiro (1991), ao reler a obra em questão, no conto Guarde Segredo, se uniu à denúncia feita anteriormente, por Lima Barreto (1998), na medida em que novas significações e novas (re) ações foram recriadas acerca da história de Clara dos Anjos, no conto.