O estudo do bem-estar animal é essencial na ciência comportamental, especialmente para animais silvestres sob cuidados humanos, que têm necessidades específicas e complexas. O enriquecimento ambiental, que visa proporcionar estímulos específicos para promover o bem-estar e comportamentos naturais, é categorizado em cinco tipos: alimentar, cognitivo, físico, sensorial e social. Cada categoria surge como uma estratégia de manejo criativo, tornando os ambientes mais semelhantes ao habitat natural dos animais. Dada a importância do tema, este estudo adotou uma abordagem experimental descritiva para registrar atividades de enriquecimento ambiental em cinco espécies de mamíferos – lobo-guará, bugio-preto, tamanduá-bandeira, cervo-do-pantanal e veado-catingueiro – residentes no Parque Vida Cerrado, um criadouro Conservacionista localizado em Barreiras, Bahia, que atualmente abriga 28 animais de 8 espécies, incluindo 5 ameaçadas de extinção. Os enriquecimentos foram realizados de fevereiro de 2023 a janeiro de 2024, a coleta de dados envolveu observações de 30 minutos com fotografias, vídeos e anotações sobre os comportamentos dos animais. O objetivo do estudo foi compartilhar as técnicas utilizadas e os impactos positivos do enriquecimento ambiental, buscando contribuir para o aprimoramento das condições de vida e da qualidade de saúde dos animais. Os dados foram analisados para avaliar a eficácia do enriquecimento, classificando as respostas dos animais como boa, média ou ruim. Das vinte práticas apresentadas, 45% foram de categoria alimentar, 22% cognitiva, 21% física, 10% sensorial e 2% social. Os resultados mostraram que o enriquecimento ambiental pode proporcionar benefícios significativos para animais sob cuidados humanos, aumentando os estímulos em ambientes geralmente monótonos. As práticas de enriquecimento melhoraram atividades naturais, interação social e saúde dos animais, ressaltando a importância dos criadouros e do enriquecimento ambiental.