Interseccionalidade de raça/cor, gênero e classe social em espaços de sociabilidade juvenil e relações afetivas de meninas negras em Salvador-BA

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Data
2023-08-31
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Universidade do Estado da Bahia
Resumo

A adolescência não pode ser universalizada, uma vez que a experiência de adolescer ocorre em contextos múltiplos e plurais, influenciados pela cultura e socialização. Nesse cenário, ser jovem, negra e da periferia demarca relações de poder que posicionam a adolescente continuamente em situações de vulnerabilidade e desigualdade. Frente ao exposto, esta dissertação resultou em dois produtos: um artigo de pesquisa com abordagem qualitativa que teve como objetivo analisar a intersecção de raça/cor, gênero e classe social em espaços de sociabilidade juvenil e relações afetivas de meninas negras em um bairro popular de Salvador, Bahia. Essa pesquisa foi um recorte do estudo guarda-chuva “Contextos de vulnerabilidade ao HIV entre jovens de camadas populares: um estudo multicêntrico em cinco cidades do Brasil - Espaços Jovens” e teve como objetivo geral compreender os contextos de exposição ao HIV e outras IST entre adolescentes e jovens, com idade de 15 a 19 anos e identificar a diversidade existente no território, em comunidades localizadas nas capitais brasileiras de Porto Alegre, São Paulo, Salvador, Manaus e Rio de Janeiro. Para este trabalho, foi utilizado o material empírico coletado na cidade de Salvador, sendo 16 entrevistas e 1 grupo focal, realizados entre maio/2021 e agosto/2022. Após a coleta dos dados, o material foi transcrito e analisado a partir da análise de conteúdo, para tanto foram levantadas as seguintes categorias temáticas: relações entre racismo e discriminação de classe social no território; experiências de violência e discriminação no território; entrelaçamentos entre racismo e sexismo, e experiências de violência sexual; relações afetivas, sexismo e racismo e o diálogo como estratégia de enfrentamento ao racismo. Nos espaços de sociabilidade, a intersecção de raça/cor e classe social produziu experiências de discriminação e violência. Já nas relações afetivas, o entrecruzamento entre racismo e sexismo esteve presente, na preferência dos meninos pelo padrão estético branco e na objetificação das jovens negras. Sendo assim, as relações sociais de poder interseccionais, como o racismo, sexismo e discriminação por classe social são evidentes nos espaços de sociabilidade e relações afetivas de meninas negras. Portanto, recomenda-se investimentos em políticas públicas intersetoriais de equidade, bem como o fortalecimento do movimento social negro e de programas e projetos sociais que valorizem uma identidade negra positiva. O segundo produto desta dissertação é o produto técnico que teve como objetivo desenvolver oficinas para o enfrentamento da discriminação baseada na raça/cor, gênero e classe social para profissionais de uma USF em Salvador-BA, para sensibilizar, discutir e refletir a temática para fomentar práticas de saúde com mais equidade.


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LIMA, Gisele Maria de Brito. Interseccionalidade de raça/cor, gênero e classe social em espaços de sociabilidade juvenil e relações afetivas de meninas negras em Salvador-BA. Orientador: Laio Magno Santos de Sousa. 2023. 93f. Dissertação (Mestrado Profissional) - Universidade do Estado da Bahia. Departamento de Ciências da Vida. Programa de Pós-Graduação Mestrado Profissional em Saúde Coletiva - MEPISCO, Campus I. 2023.
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