Iniquidades étnico-raciais na testagem para hiv entreadolescentes homens que fazem sexo com homens, travestis e mulherestrans em três capitais brasileiras

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Data
2023
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Universidade do Estado da Bahia
Resumo

Homens que fazem sexo com homens (HSH) e mulheres trans e travestis (TrMT) ainda constituem populações com alta taxa de detecção e vulnerabilidade para HIV/aids. Adicionalmente, adolescentes e pessoas negras apresentam vulnerabilidades específicas, relacionadas ao aumento de casos, na última década. Neste contexto, a testagem para HIV dentro da estratégia de prevenção combinada mostra-se como tecnologia importante para interromper a cadeia de transmissão do HIV. Estudos internacionais evidenciam iniquidades étnico-raciais na prevenção ao HIV em HSH e TrMT, no entanto, há carência de estudos analisando a realidade brasileira, especificamente em adolescentes. Diante disso, esta dissertação apresenta dois produtos: um estudo de corte transversal aninhado a coorte PrEP1519 e um guia para profissionais da atenção primária à saúde sobre prevenção combinada ao HIV. O primeiro buscou analisar a associação entre raça/cor de pele e o uso de teste de HIV na vida entre adolescentes HSH(AHSH) e TrMT(ATrMT) de três capitais brasileiras, Belo Horizonte, Salvador e São Paulo. Para isto, realizou-se um estudo de corte transversal aninhado à coorte PreP1519.Conduziu-se análise descritiva da população e bivariada das covariáveis e desfecho. Posteriormente, realizou-se análise de regressão logística múltipla com estimativa de odds ratio ajustada (ORaj) e intervalos de confiança de 95 % (IC95%). Adolescentes brancos testaram mais que pretos e pardos (64,0% vs. 53,8%, respectivamente, P=0,001). A prevalência de testagem foi maior entre os brancos (64,0%), seguida dos pardos (55,9%) e pretos (52,2%) (P=0,003). Na análise de regressão logística múltipla, observou-se uma chance 41% menor dos AHSH e ATrMT negros terem sido testados na vida em comparação com os brancos (OR=0,59; IC95%: 0,40-0,87). A raça/cor de pele aparenta determinar a menor chance de uso de teste de HIV na vida entre AHSH e ATrMT, chamando atenção para o papel do racismo no acesso aos serviços de saúde. Esse estudo indica a necessidade de políticas públicas de equidade racial e aprimoramento do processo de trabalho para prevenção ao HIV, especificamente adolescentes. O produto técnico busca orientar profissionais sobre prevenção combinada, com enfoque em minorias sexuais, adolescentes e população negra, por meio de casos envolvendo essa população e prevenção ao HIV.


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FRANÇA, Marcus. Iniquidades étnico-raciais na testagem para HIV em Homens que fazem sexo com homens (HSH), travestis e mulheres trans (TrMT) em três capitais brasileiras. Orientador: Laio Magno Santos de Sousa. 2023. 91p. Dissertação (Mestrado Profissional em Saúde Coletiva). Departamento de Ciências da Vida, Universidade do Estado da Bahia, Salvador, 2023.
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