Infecções sexualmente transmissíveis não virais em gestantes do município de Salvador: prevalência e fatores associados

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Data
2023
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Universidade do Estado da Bahia
Resumo

A OMS tem realizado estimativas globais sobre a prevalência de infecções sexualmente transmissíveis (IST) não virais curáveis - sífilis, clamídia(CT), gonococo (NG) e tricomoníase (TV). São limitadas as informações sobre CT, NG e TV, normalmente obtidas de estudos realizados, uma vez que na maioria dos países não estão disponíveis dados oficiais. Ainda assim, há uma escassez de estudos que investiguem a prevalência destas infecções, sendo mais predominantes os de CT e NG. As pesquisas realizadas apontam para alta prevalência destas IST, inclusive em gestantes, com variações da prevalência no mundo. Os estudos têm descrito a associação entre estas IST e resultados adversos maternos e fetais, como aborto, parto prematuro, baixo peso ao nascer, conjuntivite neonatal, entre outros. A maioria das mulheres tendem a ser assintomáticas quando infectadas, o que inviabiliza o diagnóstico e o tratamento com base na abordagem sindrômica. Neste contexto, a realização de testes moleculares para identificação do agente etiológico torna-se fundamental para instituição da conduta terapêutica adequada e oportuna, importante para interromper a cadeia de transmissão. Diante disso, esta dissertação apresenta dois produtos: um estudo de corte transversal com gestantes e uma capacitação para para profissionais da atenção primária à saúde sobre prevenção às IST em mulheres grávidas. O primeiro buscou investigar a prevalência de clamídia, gonococo, tricomoníase e mycoplasma genitalium em gestantes acompanhadas em unidades básicas de saúde de Salvador e identificar as características associadas a estas infecções. Conduziu-se análise descritiva da população e bivariada das variáveis independentes e desfecho. Posteriormente, realizou-se a regressão logística da medida bruta, todas as variáveis que apresentaram p≤0,20 nesta fase foram incluídas na regressão logística multivariada para construção do modelo final (ajustado) utilizando o método backward. Foi encontrada alta prevalência de IST não virais em gestantes, sendo 21,5% a prevalência acumulada das quatro IST. As prevalências de cada agente etiológico foram: C. trachomatis (11,6%), M. genitalium (9,6%), N. gonorrhoeae (1,7%) e T. vaginalis (3,6%). A idade mais jovem, presença de sintomas de IST, ausência de parceiro ou tempo de relacionamento menor ou igual a um ano esteve estatisticamente associada a ter pelo menos uma IST. Encontrou-se associação de outras variáveis preditoras para cada agente etiológico específico. Esse estudo indica a necessidade de políticas públicas destinadas a prevenção, aconselhamento, tratamento de IST não virais, a partir da implantação de um programa de rastreamento universal em gestantes na Atenção Básica. O produto técnico busca capacitar profissionais sobre a epidemiologia da IST não virais e como estas infecções afetam gestantes, com enfoque na prevenção, diagnóstico e tratamento.


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SOUZA, Darlene Silva de. Infecções sexualmente transmissíveis não virais em gestantes do município de Salvador: prevalência e fatores associados. Orientadora: Ana Gabriela Álvares Travassos. 2023. 88f. Dissertação (Mestrado Profissional) - Universidade do Estado da Bahia. Departamento de Ciências da Vida. Programa de Pós-Graduação Mestrado Profissional em Saúde Coletiva - MEPISCO, Campus I. 2023.
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