O bonga e a administração colonial portuguesa: imagens e representações no vale do Zambeze, Moçambique (1855-1876)
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Resumo
No último quartel do século XIX, após a independência do Brasil, Portugal aprofundou o processo de ocupação colonial portuguesa, evidenciando um projeto cujo objetivo não era só a ocupação da terra, mas também a exploração dos recursos naturais e humanos em Moçambique. Até então, o interesse português era comercial e sua influência consistia numa rede de feitorias e fortalezas, com poucas pessoas, na costa oriental, e algumas vilas isoladas no interior do território. Logo, a região do atual Moçambique não era colônia efetiva de Portugal. Bem como, os envolvidos nessa dinâmica comercial estavam cientes de que somente era possível comercializar na região mediante a colaboração das lideranças locais, os régulos. Assim, o nível de poder exercido pelos portugueses com esse novo projeto colonial alterou as relações com os grupos sociais e políticos em África, sobretudo com os régulos. A relação que antes era essencialmente comercial, procurou se enquadrar numa política voltada à efetivação da posse da região e a uma eficaz exploração de suas riquezas. Dentro da historiografia surgiram diversos debates sobre a ação dos régulos, alguns defendiam que os chefes locais agiram estrategicamente, ora negociando com o sistema colonial, ora resistindo. Assim, este artigo busca compreender a relação entre o régulo Bonga e a administração colonial, baseado nas imagens e representações construídas pelos agentes coloniais portugueses durante o período de chefia do Bonga, no prazo de Massangano (1855-1876)