Percepções e atos de discentes universitários/as sobre a potência pedagógica das imagens no planejar-sentir-agir coletivo-colaborativo
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Resumo
A presente tese acadêmica intencionou descrever e interpretar percepções e atos de discentes universitários/as sobre a potência pedagógica das imagens no planejar-sentir-agir coletivo-colaborativo, tendo como campo empírico o Laboratório de Ensino de Geografia (LabEGeo) da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB), câmpus Vitória da Conquista-BA. Para tal intenção, foram propostas as seguintes questões problematizadoras: Como a experienciação discente coletiva-colaborativa com imagens é percebida, reconhecida e intencionalizada nos processos de ensino-aprendizagem? Como os/as discentes planejam relacionar nas ações do projeto de intervenção imagético-pedagógico as vivências de estudantes do Ensino Médio da escola básica com a experienciação coletiva-colaborativa com imagens? A investigação foi apoiada nas abordagens qualitativas de pesquisa fundamentadas nas correntes filosóficas Fenomenologia e Hermenêutica, tendo como Método o Fenomenológico de base Empírico-Interventiva (MFE-I). Para seu acontecer, foram selecionados oito discentes universitários/as da UESB regularmente cadastrados/as pela Pró-Reitoria de Extensão (PROEX) como extensionistas no projeto “Educação Geográfica e Psicossocial das Imagens Contemporâneas (EduGeoPsIC)”, sendo três bolsistas de Geografia e cinco voluntários/as (um de História, um de Psicologia e três de Geografia), para que fossem vivenciadas entrevista fenomenológica, observação participativa dos momentos ou situações pedagógicas grupais de experienciação coletiva-colaborativa com imagens, e elaboração documental e implementação de um projeto de intervenção imagético-pedagógico, que foi construído por esses/as discentes nos momentos ou situações pedagógicas grupais e desenvolvido com trinta estudantes líderes de turmas do Ensino Médio regular e integral do Complexo Integrado de Educação Básica, Profissional e Tecnológica (CIEB). A arquitetura conceitual foi composta, principalmente, pelos conceitos de imagem, imaginação, imaginário, percepção-sensações, competências cognitivas, sociais e afetivas, Fenomenologia empírico-interventiva, planejar-sentir-agir coletivo-colaborativo, e potência pedagógica. Como fechamento, imagino, com base nos achados da investigação e nas teses e dissertações estudadas durante a pesquisa, que a experienciação coletiva-colaborativa com imagens pode convocar os/as discentes universitários/as a planejar-sentir-agir de maneira mais integrada, cuidadosa, sensível e profunda, pois tal experienciação pode provocá-los/as a tencionarem os processos de ensino-aprendizagem de seus campos formativos disciplinares a se distanciarem de correntes epistêmicas mais cristalizadas e de práticas educativas reprodutoras de representações hegemônicas e colonialistas, para se aproximarem e produzirem epistemologias mais ativas, abertas e relacionadas com a vida, potencializadoras de tessituras vitais e de lógicas de racionalidades plurais capazes de produzir desterritorializações de verdades e crenças hegemonizantes. Ao mesmo tempo, implico atenção sobre o quanto a experienciação coletiva-colaborativa com imagens possibilita uma maior interação entre as pessoas de um grupo, e respectivamente o fortalecimento do vínculo entre elas. No ato de descrição e interpretação de uma imagem, a pessoa que a faz tende a falar tanto sobre o que se mostra quanto sobre si mesma, uma vez que se fundamenta em suas experiências mais íntimas para perceber o que desvela. Ao dispor o íntimo de suas experiências para outras pessoas, quando desvela uma imagem, a pessoa que a faz possibilita a instauração de uma abertura para produção de vínculos e trocas de experiências sobre o fenômeno vivenciado, o que tende a implicar em uma maior interação entre as pessoas de um grupo frente às diversas formas como esse fenômeno as afeta.