“África além dos Safáris?” Uma leitura de imagens em sites de operadoras de turismo e Destination Management Companies
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Resumo
Há no sensível um poder extraordinário. A literatura indica que no turismo, assim como no mundo, a imagem é especialmente importante e poderosa para manter ou mudar a imagem de um destino turístico, principalmente quando se tem o poder e acesso aos meios de comunicação. Dentre os continentes, a África se destaca, cada vez mais, como importante destino turístico no mercado mundial. Este trabalho tem como objetivo refletir sobre a(s) imagem(ns) projetada(s) e promovida(s) da África como destino turístico em 2022 a partir das imagens divulgadas nas páginas web das operadoras de turismo e Destination Management Companies (DMC) especializadas neste continente, associadas à African Travel and Tourism Association (ATTA), com sede na África e Europa, utilizando a concepção de imagem de Augusto Boal (2009). Em termos metodológicos a pesquisa é exploratória, básica e qualitativa com traços quantitativos. Em termos do procedimento, trata-se de uma pesquisa bibliográfica e documental, com levantamento, registro, tratamento e categorização de dados a partir das informações disponíveis nas páginas web das empresas identificadas na ATTA e depois organizadas e filtradas usando categorias de palavras. A leitura da(s) imagem(ns) da palavra África no turismo, e se a(s) mesma(s) vão além do safári, foi feita ao relacionar entre si informações de palavras associadas a três questões observadas nas 125 empresas associadas à ATTA e que, após os filtros, só trabalham no continente africano. A primeira questão, associada à correspondência espacial de regiões e países ofertados pelas empresas quando usam a palavra África no nome; a segunda, comparando a primeira foto que aparece nas páginas web das empresas junto com as palavras mais repetidas nos slogans das mesmas; e a terceira, percebendo quantas das empresas ainda oferecem o safári como atrativo principal do continente. Essa leitura combinada de palavras e imagens aponta, de modo geral, que considerando os critérios de que a imagem do safári construída pelos ingleses está associada aos 5 grandes animais (leão, rinoceronte, elefante, leopardo e búfalo), aos acampamentos, aos jeeps ou a outros elementos como a câmera fotográfica ou as roupas. Registra-se que em relação ao sensível (primeiras fotos), o 84,2% das empresas da Europa e 74,74% das empresas com sede na África ainda usam imagens associadas ao safári e em relação ao simbólico o 89,48% das empresas com sede na Europa e 81,82% das empresas com sede na África fazem o mesmo. Safári este popularizado pelos ingleses, opressores que se destacam na história do turismo do continente, ao serem autores, ainda, da imagem que mexe com os sentidos dos viajantes.