Mulheres lavradoras: modos inventivos de (re)existência em comunidades rurais do semiárido baiano
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Resumo
Tematizar gênero e seus atravessamentos em análises acadêmicas e/ou políticas é um dos percursos necessários às pessoas que são comprometidas com a defesa dos direitos de forma ampla, democrática e irrestrita. Situado neste campo, este texto se propõe a apresentar, a partir da perspectiva do gênero enquanto categoria analitica (SCOTT, 1995), uma pesquisa desenvolvida com mulheres lavradoras das comunidades rurais Careta e Capoeirão, ambas do municipio de Ibiassucè, Bahia, Alto Sertão (Semiárido) baiano. O estudo tem como principal objetivo analisar a agência coletiva de mulheres lavradoras dos grupos pesquisados, seus reflexos nas relações de gênero e no cotidiano comunitário, somando-se a ele o propósito de elucidar a trajetória de construção dessa agência, bem como o de investigar a contribuição da assistência técnica desenvolvida na promoção do protagonismo de mulheres e, ainda, contribuir com o processo de formação/educação na perspectiva do diálogo para a transformação das relações de gênero. Ancorada na decolonialidade (LUGONES, 2018, PAREDES CARVAJAL, 2006; 2019, SANTOS, 2018), e por meio da pesquisa de natureza qualitativa, a presente pesquisa busca denunciar opressões coexistentes no Sistema Mundo Modemo/Colonial e a invisibilização das mulheres pesquisadas e outras mais, recorrendo, para tanto, além das autoras citadas, a referências do campo dos estudos de gênero e afins, como Rago (1998), Haraway (1995), Hirata (2014), Dias (1992) Collins (2017), Crenshaw (2002), Akotirene (2019). Gonzalez (1988), Carneiro (2005). As principais fontes utilizadas foram as entrevistas semiestruturadas e Rodas de Conversa. O trabalho busca evidenciar os modos inventivos das participantes, no processo de (re)existência nos territórios onde vivem, numa construção processual cuja experiência tem impactado as relações de gênero no âmbito familiar e comunitário, contribuindo para questionamentos aos padrões de dominação masculina e atitudes machistas. Este é um dos caminhos possíveis para ampliar a visibilização e o reconhecimento das mulheres, das suas potencialidades inventivas c transformadoras, demonstrando a força da ação coletiva.