Ensino, mulher e poder: uma proposta de guia para acolher mulheres em situações de violência sexual
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Resumo
Anualmente pesquisas mostram que agredir, estuprar e matar mulheres e meninas não são acontecimentos atípicos, e a história da mulher nas civilizações nos mostra que ela sempre foi objetificada, fato que, aliado aos casos históricos, cooperam com a normalização de uma cultura do estupro que influencia a sociedade diariamente e chega até o sistema que poderia proteger e amparar as vítimas: o sistema policial. Pensando nisso, essa pesquisa tem o objetivo de compreender a produção do sujeito mulher como resultado dos efeitos de poder na atualidade, principalmente pensando em como as instituições policiais, a partir do ensino especializado e formação continuada, podem auxiliar no acolhimento, proteção e identificação de vítimas de violência sexual, sem constrangê-las, mas oferecendo um atendimento igualitário. Para tanto, foram acionados Paulo Freire (2002, 2011) e Kant de Lima (2003) para alinhar este trabalho ao ensino e entender, a partir de Simone de Beauvoir (2016), Gerda Lerner (2019) e Heleiete Saffioti (1995, 2011) qual a interferência do patriarcado na história das civilizações, da mulher e como tal questão segue influenciando a formação policial. Utilizaremos, ainda, Judith Buttler (1990, 2001, 2003) e Margareth Rago (1995,1998, 2002) para entender a cultura do estupro e suas relações de poder com o corpo da mulher, sempre amparados pela Análise do Discurso Foucaultiana ao discutirmos casos reais de mulheres que fizeram queixas aos web noticiários a respeito do atendimento policial no momento em que realizaram a denúncia em uma unidade da polícia.