A escravização dos povos negros tendo como justificativa a superioridade branca foi uma grande falácia para satisfazer os desejos do mercantilismo e explorar povos diferentes (étnico e racialmente) no século XV. Sabe-se que muitos povos africanos que foram escravizados possuíam riqueza e um grau de evolução tecnológica equivalente ou superior aos portugueses. No entanto, apesar das atrocidades físicas e psicológicas e diversas imposições culturais e religiosas, vários mecanismos foram utilizados pelos negros escravizados para se manterem firmes e resistirem contra o sistema colonial escravista. Essas formas de resistência e de perpetuação da própria vida e cultura validados pelos negros que foram forçosamente escravizados são elementos importantes no sentido cultural e, sobretudo, para disseminar valores tangíveis e intangíveis.Entendendo e concebendo a relevância de discernir e discutir esses acontecimentos, esta pesquisa tem como objetivo principal identificar quais foram os elementos africanos introduzidos no Brasil, quais objetos foram ressignificados e atribuídos princípios e quais foram as primeiras produções dos africanos e seus descendentes no nosso país. Intenta-se ainda, identificar o pano da Costa como o primeiro tecido de origem africana a cobrir os corpos negros no Brasil, conferindo sua importância dentro das religiões de matrizes africanas. É também, objetivo deste trabalho, conferir Joias Crioulas, consideradas os primeiros elementos afro-brasileiro ainda produzido na colônia, se opondo aos padrões de joias europeu, bem como verificar as contribuições dos blocos afros baianosna construção da estética negra dentro do design de superfície desenvolvida por designers baianos.