Movimentos discursivos em torno da solidão das mulheres negras na obra Quarto de despejo de Carolina Maria de Jesus
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Resumo
Desde a infância, as mulheres negras sofrem com os efeitos da solidão. Essa solidão não está relacionada apenas às questões afetivo-amorosas, mas diz respeito ao se sentir só ao longo da vida. A questão que se coloca, nesta pesquisa, é: como a solidão da mulher negra é construída discursivamente no interior da obra literária Quarto de despejo de Carolina Maria de Jesus? Assim, este estudo objetiva investigar de que forma a solidão da mulher negra é (re)produzida enquanto discurso no interior da obra literária em questão. Para tal investida, apresentaremos conceitos do campo do discurso a partir dos postulados de Foucault (2008), Pêcheux (1999), Fernandes (2008) e Orlandi (2015); faremos um percurso histórico pela noção de solidão, subsidiados pelas pesquisas de Akotirene (2019), Pacheco (2013) e Hooks (2000), e como ela se ressignifica no decorrer da história no mundo ocidental; selecionaremos, descreveremos e analisaremos os enunciados que trazem à tona a solidão de mulheres negras em Quarto de despejo; e identificaremos quais posicionamentos para a mulher negra enquanto sujeito são materializados na obra. Entendemos que reconhecer a existência da solidão e entender as suas raízes já é um avanço para desconstruir os estereótipos e os preconceitos relacionados às mulheres negras. Os discursos presentes no livro Quarto de despejo são reflexos da realidade cruel e desumana em que vivem as mulheres negras. Por essa razão, escolhemos essa obra, pois ela é produtora de efeitos de sentidos acerca das mulheres negras e que devem ser exploradas, a exemplo da solidão.