O falar de descendentes portugueses do alto sertão baiano
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Resumo
Este trabalho tem como objetivo apresentar dados de fala de uma comunidade relativamente isolada, de descendentes portugueses que habitam o Alto Sertão da Bahia, a comunidade Mato-Grosso/Rio de Contas - BA, verificando possíveis dados de conservação linguística do português antigo e/ou inovações, resultantes do contato da língua portuguesa com línguas indígenas e africanas. A pesquisa insere-se na grande proposta de refletir aspectos relacionados à formação do português falado no Brasil, pesquisando, especificamente, processos de variação e mudança linguística nos dialetos regionais brasileiros. Para desenvolver tal estudo, fundamentamo-nos, teoricamente, em Basso & Gonçalves (2014), Castilho (2007 e 2010), Pagotto (2005) e Silva (2004 e 2008), para refletir sobre as propostas relacionadas à formação do português falado no Brasil. Em Labov (2008), Weinreich, Labov e Herzog (2006) e Martelotta (2012), para a compreensão dos pressupostos teóricos da Sociolinguística Variacionista, e em Lucchesi (2009), para discutir questões relacionadas ao contato linguístico. Com o intuito de registrar o falar dos descendentes portugueses, precisamente o vernáculo, foram realizadas entrevistas semiestruturadas, junto a 08 moradores, homens e mulheres da comunidade, sendo quatro de 30 a 60 anos, a fim de verificarmos dados de inovação linguística e quatro acima de 70 anos, com o menor grau de escolaridade possível, com o intuito de obter dados de possível conservação linguística. Os dados analisados apresentaram alguns dados de conservação linguísticos e outros que podem ser interpretados como dados de inovação, resultado do intenso contato da língua portuguesa com as línguas indígenas e africanas.