A inclusão de estudantes com deficiência permanece como foco de interesse nas discussões sobre o respeito às diferenças e nos desafios advindos da prática pedagógica. Destarte, o presente trabalho tem como questão de pesquisa: como a utilização da sequência didática com jogos matemáticos pode favorecer o trabalho docente em turmas com matrícula de estudantes com deficiência na perspectiva inclusiva? No intuito de se responder a esse questionamento, traçamos o objetivo geral: analisar a potencialidade da sequência didática com jogos matemáticos como recurso pedagógico para o enriquecimento curricular de aulas em turmas com matrícula de estudantes com deficiência. E, como objetivos específicos, inserem-se: abordar a discussão teórica acerca da inclusão de estudantes com deficiência na sala de aula comum; identificar abordagens teóricas e metodológicas para o uso de sequência didática no ensino da Matemática em turmas com matrícula de estudantes com deficiência; realizar Ateliês Pedagógicos com professores de Matemática e de outras áreas do conhecimento, acerca da sequência didática como estratégia de trabalho com jogos matemáticos; oportunizar o contato com jogos matemáticos didático-pedagógicos no âmbito da ação docente; e: produzir uma sequência didática utilizando-se jogos matemáticos como possibilidade de enriquecimento de aulas no campo da Matemática e de outras áreas do conhecimento, em turmas com matrícula de estudantes com deficiência. Apresentada em forma de capítulos, como fundamentação teórica, a presente Pesquisa tem aporte em autores do campo da formação docente, como (Freire, 1996; Gatti, 2021; Imbernón, 2010), e, na perspectiva inclusiva, (Kassar; 2014). Sobre sequência didática (Machado; Neves, 2015; Cardoso, 2024); Ensino da Matemática (Moreira, 2004) e o uso do Jogos (Abrantes, 2010; Carvalho, Lello; Araujo, 2022; Lemes; Cristóvão; Grando, 2024). Desse modo, de abordagem qualitativa, por meio da metodologia de pesquisa-ação (Thiollent, 2011; Pereira, 2019) o presente estudo, sob aprovação do Comitê de Ética de Pesquisa - parecer de número 7.332. 808, organizou-se a partir de um projeto de intervenção materializado na forma de Ateliês Pedagógicos. Como procedimentos metodológicos, além dos Ateliês Pedagógicos, foram utilizados: um formulário do Google Forms de caracterização dos colaboradores e concepção sobre sequência didática, como também a análise documental. A análise dos dados teve aporte em Bardin (2011). Ao todo, participaram dez colaboradores, a saber: um psicólogo, um profissional de apoio educacional, um assistente social e sete professores, o que contribuiu para se formar, pois, um grupo interdisciplinar. A pesquisa foi realizada em uma escola pública municipal de Biritinga-BA. O produto constitui-se de uma Sequência Didática com Jogos Matemáticos. Os principais resultados indicam isto: o desafio da formação docente no trato da inclusão; possibilidades para o ensino da Matemática na perspectiva inclusiva, além de construções colaborativas de produtos como oportunidade formativa interdisciplinar. O produto anuncia contribuições à prática pedagógica docente em contato com quaisquer estudantes, haja vista que essa organização vislumbra possibilidades de trabalho com estudantes com e sem deficiência. Tais contribuições também se estendem não apenas ao lócus de realização da pesquisa, mas também a outros profissionais que atuem com a disciplina Matemática em quaisquer contextos educativos.