No trabalho pretende-se tratar do silêncio diante do fato de não saberem decodificar a escrita, bem como das estratégias de leituras de pessoas analfabetas. Ao falar de leitura, utiliza-se a noção de Paulo Freire (1999) e da professora Eliana Yunes (2009), que consideram que aprender a ler é familiarizar-se com diferentes textos produzidos em diferentes linguagens e esferas sociais. Parte-se da hipótese de que o mencionado silêncio surge a partir de experiências de processos insidiosos de estigmatização, discriminação e marginalização. Para perceber tais questões, foram utilizadas entrevistas realizadas na região de Candiba, cidade localizada no Alto Sertão baiano, focando em pessoas acima de 60 anos. Por se tratar de uma pesquisa com idosos, leva-se em conta a memória e sua mobilidade, e que esse movimento configura uma espiral no espaço e no tempo, que se inicia e se atualiza no presente.