Cem anos de solidão: o impossível de nomear
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Resumo
Esta dissertação tem por objetivo trabalhar a ideia das heranças entendidas como transmissão de uma história, as possibilidades narrativas de construção do que foi herdado pelo sujeito a partir do processo de nomear e o que se encaminha para o impossível da nomeação, encontrando a palavra solidão como suporte ao indecifrável. O romance Cem anos de solidão, de Gabriel García Márquez, é objeto de estudo na elaboração dessa escrita, levantando questões sobre a trajetória em torno da nomeação. As heranças dão espaço para pensar o que antecede a constituição humana e que faz marca na vida do sujeito, o que ele herda de uma história e transforma em uma narrativa própria. América Latina, Macondo e o contexto familiar dos Buendía são considerados nessa dissertação, de modo a trazer à tona as possibilidades de compreensão daquilo que parece escapar à linguagem e que, ao ser nomeado, pode ter um lugar de existência. A escrita do romance revela algo que insiste em ser dito e é em torno de uma narrativa que não se esgota, de continuar escrevendo e contando histórias, que Cem anos de solidão entra como ressignificação de heranças. Para desenvolver esse estudo, os campos da psicanálise e literatura se encontraram na escrita dando aporte aos enigmas da nomeação que se apresentaram ao longo do percurso. O que se coloca em questão nessa pesquisa são as possibilidades de caminhar desconstruindo destinos prontos e construindo novas narrativas. Gabriel García Márquez nomeou uma história herdada através da solidão, revelando o campo da escrita literária como caminho de elaboração a partir da nomeação.