Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu (Doutorado Acadêmico) em Ecologia Humana e Gestão Socioambiental (PPGEcoH)

Navegar

Submissões Recentes

Agora exibindo 1 - 5 de 13
  • Item
    As relações de abastecimento de água urbana no agreste do semiárido brasileiro (SAB): dessedentação e hidro dependências por sistemas importadores
    (UNEB, 2023-05-29) Pinheiro Filho, João Domingos; Cunha, Maristela Casé Costa; Silva, Tâmara de Almeida e; Andrade, Wbaneide Martins de; Oliveira, Edivania Granja da Silva
    Esta tese de doutorado tem como objetivo geral discutir os processos de transformações dos corpos hídricos urbanos em meio às mudanças dos sistemas no abastecimento de água em cidades do(s) Agreste(s) no Semiárido Brasileiro (SAB), a saber: Campina Grande/PB, Caruaru/PE e Feira de Santana/BA. Com uma abordagem qualitativa de análise das trajetórias históricas e uma perspectiva interdisciplinar, realizou-se uma pesquisa bibliográfica, partindo de um levantamento nos repositórios acadêmicos de artigos, dissertações e teses. O trabalho também partiu de uma pesquisa documental de publicações técnicas, livros, reportagens, ATAs dos municípios, jornais, revistas, entre outros documentos. A técnica de coleta para a montagem da base bibliográfica envolveu o acesso a publicações diretamente nos periódicos e repositórios acadêmicos, em cada edição, assim como a busca por palavras-chave (“água”, “saneamento”, “abastecimento”, “semiárido”, “agreste”, as três cidades, entre outras), somando-se um total superior a 100 ambientes. Além disso, como fundamentação teórica, a pesquisa se baseou nas contribuições da Ecologia Humana (EH), da História Ambiental (HA) e da Sintaxe Espacial (SE), a partir, especialmente, de autores/as como: Alpina Begossi (1993); Luciano Bomfim (2016); Donald Worster (1991); José Augusto Drummond (1991); Gallini (2004); José Augusto Pádua e Alessandra Carvalho (2020); Gilmar Arruda (2015); David Viana (2015); Sandra Mello (2008), entre outros/as. O trabalho, portanto, estruturou-se a partir de três capítulos. O Capítulo 1, a partir de um estudo comparativo da análise dos registros documentais de trajetórias históricas das três cidades, buscou compreender a relação das transformações desses espaços urbanos com as fontes de abastecimento de água. Uma observação crítica das transformações é pensar como a dessedentação urbana ocorreu em meio à substituição das fontes históricas (originárias), constituindo escolhas à solução desafiadora por outras estratégias de captação hídrica. Dessa maneira, são evidenciados os percursos que culminam na estratégia em comum, a política pública caraterizada na hidrodependência progressivamente longitudinal e de característica por sistemas de abastecimento importadores de água. O Capítulo 2, contribuindo na compreensão das feições de desigualdades na estruturação do saneamento das cidades brasileiras, parte da categorização de sistema de abastecimento de água e da ocorrência de “intermitência”, que ocorre em diferentes partes do mundo, inclusive no Brasil, com maior incidência na região Nordeste. Para tanto, realizou-se uma abordagem histórica e exploratória de percurso focal do abastecimento urbano de água nas três cidades em foco. A pesquisa se alicerçou em fontes bibliográficas e documental, conteúdos produzidos por instituições públicas e privadas, dados recentes e informações históricas. Obteve-se, como resultado, um quadro síntese que demarca o trajeto de estruturação dos serviços, possibilitando caracterizar os sistemas de abastecimento de água em três das maiores cidades interioranas nordestinas. Por fim, o Capítulo 3 discorre sobre as alternâncias substitutivas do Rio Ipojuca, em Caruaru/PE, como fonte diante das alternativas de fontes de captação, incorrendo na análise da permanência da importação como condução para a “solução definitiva” do abastecimento urbana de água da cidade. O texto abrange desde os marcos iniciais da invasão europeia até o período recente, a partir de uma abordagem compromissada com a interdisciplinaridade dos diálogos, valoração da produção de conhecimento ao premente e persistente desafio da dessedentação. Para isso, recorreu-se a jornais, produções acadêmicas e de instituições relacionadas com a temática do abastecimento de água. Os resultados gerais envolvem o encaminhamento de sugestão à Consulta Pública n.º 12 / 2023, com a recomendação da “Intermitência” como indicador na avaliação de desempenho dos sistemas de abastecimento de água; a inscrição dos sítios arqueológicos históricos do Aqueduto do Menino e Aqueduto do Bobocão no Cadastro Nacional de Sítios Arqueológicos (CNSA), na condição de Patrimônio Cultural material, junto ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN); e, como parte da metodologia institucional do IPHAN-PE, produziu-se um curta-documentário do processo de cadastro dos sítios. Esta pesquisa, portanto, insere-se no conjunto das contribuições acadêmicas frente aos desafios da concentração populacional nas cidades em meio ao contexto das transformações globais advindas das mudanças climáticas, repercutindo diretamente sobre o esforço de manutenção dos fluxos perenes em resposta de oferta ao crescimento do consumo do abastecimento de água urbano.
  • Item
    Afetividade dos estudantes em relação à matemática e sua convivência com o erro
    (Universidade do Estado da Bahia , 2024-03-28) Viana, Esdriane Cabral; Amorim, Ricardo José Rocha; Lins, Leonardo Diego; Brito, Mirian Ferreira de; Duarte, Francisco Ricardo; Ribeiro, Marcelo Silva De Souza
    Neste estudo, buscou-se compreender como o vínculo afetivo do estudante em relação ao erro matemático reverbera das vivências construídas nos anos escolares, a partir da adaptação transcultural e validação do “Cuestionario de Afectividad hacia y por el Error en Matemáticas (AEM)” para o contexto brasileiro. Há bastante tempo, a Educação Matemática tem estudado questões envolvendo a identificação, análise e interpretação de erros cometidos por estudantes. No entanto, ainda é pouco estudado o fato de que cometer erros em Matemática pode gerar afetividade negativa nos estudantes. No processo de estudar Matemática, cometer erros é praticamente inevitável, o que geralmente tem uma conotação negativa para os alunos e faz com que eles experimentem emoções e sentimentos negativos em relação à Matemática. Assim, a discussão da afetividade dos estudantes em relação à Matemática e sua convivência com o erro será atingida através da adaptação e validação, para o contexto brasileiro, do instrumento mexicano AEM. Esse instrumento foi desenvolvido para medir a afetividade do estudante em relação ao erro matemático e é constituído pela Escala do tipo Likert. O instrumento se baseia na relação entre a ocorrência de erros e as três dimensões da afetividade: emoções, crenças e atitudes. A confiabilidade do instrumento foi examinada através da consistência interna com alfa de Cronbach e os índices de fidedignidade composta. A validade do instrumento foi verificada por meio da análise fatorial confirmatória para mensurar o vínculo afetivo gerado pelas vivências relacionadas a erros matemáticos. Essa validação é importante para investigar a influência das experiências escolares no vínculo afetivo dos estudantes em relação aos erros matemáticos. O processo envolve garantir que os itens e dimensões do questionário sejam coerentes, considerando sua compreensibilidade, relevância e representatividade. A utilização do instrumento validado permitirá entender como as experiências vivenciadas afetam o vínculo afetivo em relação aos erros matemáticos. Os resultados podem embasar estratégias pedagógicas para promover uma abordagem construtiva aos erros, resultando em um vínculo afetivo mais saudável e maior engajamento dos estudantes na disciplina de Matemática. Considerando diferenças culturais, a adaptação transcultural do questionário é relevante. Ter um instrumento validado para avaliar a afetividade dos estudantes em relação aos erros matemáticos permitirá coletar dados confiáveis, compreender o vínculo afetivo e identificar necessidades e desafios para orientar intervenções educacionais.
  • Item
    Cartografia dos conflitos socioambientais das serras da porção norte do sertão da Bahia
    (Universidade do Estado da Bahia , 2024-03-08) Santos, Robson Marques dos; Santos, Juracy Marques dos; Borges, João José de Santana; Santana, Cristiana de Cerqueira Silva; Maia, Ícaro Cardoso; Ribeiro, Marcelo Silva de Souza
    Cartografia dos Conflitos Socioambientais das Serras da Porção Norte do Sertão da Bahia intitula esta tese que se apresenta numa formatação multipaper, seguindo as diretrizes do Programa de Pós-graduação em Ecologia Humana e Gestão Socioambiental da Universidade do Estado da Bahia (PPGEcoH/UNEB). Seu principal objetivo foi identificar, analisar e descrever os conflitos socioambientais e as contribuições dos enunciados concretos escritos pelo Movimento Salve as Serras para a salvaguarda da socioecobiodiversidade1 das Serras da Porção Norte do Sertão da Bahia. Enquanto objetivos específicos: 1) revelar o estado da arte dos conflitos socioambientais nas serras do norte do Sertão da Bahia; 2) evidenciar as vozes sociais constitutivas dos embates entre os sujeitos que defendem, protegem e preservam a socioecobiodiversidade das serras da porção norte do sertão baiano e aqueles que projetam e/ou agem para a sua destruição; 3) descrever as contribuições do Movimento Salve as Serras no reconhecimento dos conflitos e impactos que envolvem os bens hídricos, minerários, os ventos, as queimadas e incêndios nas Serras da Porção Norte do Sertão da Bahia e 4) mapear situações heterogêneas fundantes das transformações das realidades empiricamente observáveis. Para as análises das cadeias textual-discursivas, a pesquisa adotou a abordagem teórico metodológica do plurilinguismo dialogizado do Círculo Bakhtiniano e assumiu suas categorias analíticas como ferramentas para examinar as construções ideológicas do Salve as Serras. O estudo resultou na produção de seis artigos, os dois primeiros revisam a literatura e os quatro últimos, analíticos, descrevem o estado da arte dos conflitos socioambientais nas Serras do Norte do Sertão da Bahia, evidenciam as vozes sociais constitutivas dos embates entre os sujeitos que defendem, protegem e preservam a socioecobiodiversidade e aqueles que projetam e/ou agem para a suadestruição e expõem as contribuições do Movimento Salve as Serras no reconhecimento dos conflitos e impactos que envolvem os bens hídricos, minerários, os ventos, as queimadas e incêndios nas Serras da Porção Norte do Sertão da Bahia.
  • Item
    Prevalência e fatores de risco associados à doença renal crônica em duas comunidades indígenas do nordeste brasileiro
    (Universidade do Estado da Bahia, 2023-08-22) Gomes, Orlando Vieira; Armstrong, Anderson da Costa; Lins Neto, Ernani Machado de Freitas; Lima, Artur Gomes Dias; Costa, Denise Maria do Nascimento; Fernandes, Gisele Vajgel
    A doença renal crônica (DRC) é um sério problema de saúde global, especialmente em países com recursos limitados. As populações indígenas têm sido particularmente afetadas, enfrentando maior morbidade e mortalidade em idades mais jovens. Esta tese teve como objetivo descrever a prevalência de DRC e analisar os fatores de risco associados em duas etnias indígenas brasileiras do Vale do São Francisco, região Nordeste do Brasil: Truká (mais urbanizada) e Fulni-ô (menos urbanizada). A tese é produto de um projeto intitulado “Projeto de Aterosclerose em Indígenas” que foi realizado em duas etapas distintas. A primeira etapa ocorreu entre 2016 e 2017 e envolveu a análise de indivíduos de 30 a 70 anos de idade de ambas as etnias. Na segunda etapa do projeto, que ocorreu entre 2020 e 2022, analisamos exclusivamente os dados dos indígenas da etnia Truká com idade igual ou superior a 18 anos. Nessa etapa, o estudo teve inicialmente como foco a população acima de 60 anos de idade. Posteriormente, o escopo foi ampliado para abranger toda a população indígena com idade acima de 18 anos. A participação em ambas as etapas foi voluntária, e o projeto adotou um desenho transversal para seus estudos. A DRC foi definida da seguinte forma: na primeira etapa, a DRC foi considerada quando a taxa de filtração glomerular estimada era < 60 mL/min/1,73m²; na segunda etapa, a DRC foi definida como taxa de filtração glomerular estimada < 60 mL/min/1,73m² ou relação albumina-creatinina urinária > 30mg/g. Os resultados mostraram maior prevalência de DRC na população mais urbanizada, com 6,2% no grupo Truká e 3,3% no grupo Fulni-ô na primeira etapa. Na segunda etapa do estudo, a prevalência da DRC na população indígena Truká com mais de 60 anos foi de 26,6%. A doença foi mais comum em mulheres e aumentou com o avançar da idade. Hipertensão e diabetes foram comorbidades frequentes, presentes em 67,7% e 24,0% dos casos de DRC nessa faixa etária específica, e estavam significativamente associadas à doença. Na análise posterior com 1.654 indígenas Truká acima de 18 anos, a prevalência de DRC foi de 10%. Na análise univariada dessa população, DRC foi mais comum em mulheres (12,4% vs. 6,9%, p <0,001), idosos (OR 4,6, IC 95% 3,2-6,6), indivíduos com doença cardiovascular (OR 2,1, IC 95% 1,1-4,1) e dislipidêmicos (OR 1,6, IC 95% 1,1-2,4). Na análise multivariada, utilizando o modelo de regressão logística de Bernoulli, idade acima de 60 anos, sexo feminino e dislipidemia permaneceram associados à DRC. Diabetes, hipertensão e obesidade não se associaram significativamente à DRC na população indígena acima de 18 anos. Esses resultados surpreendentes levantam questionamentos sobre possíveis causas da DRC em indígenas avaliados. A hipótese de uma forma específica de DRC, conhecida como 'doença renal crônica de causa desconhecida', pode ser um fator subjacente no desenvolvimento da doença nessa população. Atividades agrícolas em condições climáticas adversas, exposição a pesticidas e desvantagens socioeconômicas podem estar relacionadas ao surgimento dessa apresentação de DRC. A predisposição genética também pode influenciar nesse contexto. Os achados têm implicações significativas para a saúde pública e abrem novas perspectivas para estudos futuros. Propõe-se medidas culturalmente adaptadas, incluindo educação em saúde, saneamento, nutrição, respeito à cultura indígena, acesso equitativo à saúde, e incentivo à pesquisa, incluindo investigação genética e estudo histopatológico através de biópsia renal. Integrar essas propostas na formação acadêmica dos profissionais de saúde pode proporcionar cuidados sensíveis para todos, independentemente da origem étnica, resultando em benefícios significativos.
  • Item
    As ecologias do sertão e do (a) sertanejo (a): Um estudo topofóbico-topofílico do semiárido nordestino na representação (de) colonial de personagens do cenário artístico Brasileiro
    (2023-02-01) Sarmento, Elisângela Campos Damasceno
    As ecologias do sertão e do sertanejo ambientam-se, nesta tese, nas obras O Sertanejo (2002) [1875], de José de Alencar, O Quinze (2012) [1930], de Rachel de Queiroz, Vidas Secas (2013) [1938], de Graciliano Ramos, e Asa Branca (1947), de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira. Desse modo, esta pesquisa tem como objetivo precípuo investigar, sob o método da Análise do Discurso de Linha Francesa e das perspectivas ecocrítica e zoocrítica - que estudam as imbricações entre Literatura e Ecologia/Zoologia respectivamente-, a topofobia e a topofilia nas obras em epígrafe, a fim de delinear as ecologias do sertanejo e do sertão, através de suas representações (de) coloniais, levando em conta as contribuições da Geografia Humanista para o campo da Ecologia Humana, dialogando, também, com Filosofia, Psicanálise, História, Sociologia, Antropologia, Educação e as perspectivas da (de) colonialidade, da ecologia de saberes, da interculturalidade e da convivência com o semiárido, com vistas a desvelar os fatores socioculturais e simbólicos que estão correlacionados às categorias de lugar, paisagem e território nas relações homem-ambiente. Sendo assim, os discursos presentes nas obras em exame demonstram que os sertanejos apresentam uma ambivalência de relações com o sertão, em virtude dos contrastes naturais da fitofisionomia da caatinga (seca, verde), das pulsões de morte e de vida, das forças apolíneas e dionisíacas e dos comportamentos competitivos e cooperativos que permeiam a essência humana, além dos sentimentos topofóbicos e topofílicos que coexistem na relação ser humano-ambiente, sinalizando que as mudanças do tempo e do ambiente alteram as emoções e as percepções do sertanejo frente à vida e ao próprio sertão. Ademais, verifica-se que, na representação do sertanejo, ocorre a predominância da colonialidade do poder, do saber e do ser, embora se evidenciem personagens (nos romances) e eu-lírico (na canção) contra-hegemônicos que apresentam uma resistência a esse legado de dominação e opressão. Portanto, a Ecocrítica e a Zoocrítica se configuram como férteis inspirações ao desvelamento das relações ser humano-ambiente e se projetam como áreas interdisciplinares, articulando-se com Geografia, Sociologia, Filosofia, Antropologia, Psicanálise e outras ciências afins, trazendo, assim, uma compreensão mais complexa e profunda dessas relações.