Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu (Doutorado Acadêmico) em Ecologia Humana e Gestão Socioambiental (PPGEcoH)
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- ItemEcologia e Biodiversidade do Semiárido Nordestino(2016) Andrade, Maria José Gomes de; Nogueira, Eliane Maria de Souza; Santos, Carlos Alberto Batista dosEste trabalho apresenta a composição florística e a análise dos tipos de hábitos de um afloramento rochoso no município de Puxinanã, Paraíba, Nordeste brasileiro. Foram realizados trabalhos de campo para coletas e observações ‘in loco’ mensalmente no período de Outubro/2011 a Setembro/2012. O processo de coleta e herborização seguiu os métodos usuais em estudos florísticos. As identificações foram baseadas em literatura especializada e/ou por especialistas. Foram encontradas 123 espécies em 41 famílias, das quais Fabaceae, com 17 espécies, é a mais diversa, seguida de Convolvulaceae, Malvaceae e Asteraceae (sete cada uma); Rubiaceae (seis) e Bromeliaceae/ Euphorbiaceae/ Lamiaceae (cinco cada). As demais famílias (34) estão representadas por uma a quatro espécies. A análise dos tipos de hábitos revelou a predominância do estrato herbáceo, representando 52,3% (64 spp.) da flora registrada, seguido do estrato arbustivo, o qual corresponde a 21,13% (26 spp.), o componente arbóreo engloba 2,43% (03 spp.) e as parasitas constituem 1,62% (02 spp.) do total de espécies encontradas no afloramento estudado.
- ItemEcologia e Biodiversidade do Semiárido Nordestino - Volume II - Plâncton e Zoologia(2016) Nogueira, Eliane Maria de Souza; Santos, Carlos Alberto Batista dos; Andrade, Maria José Gomes deEste capítulo apresenta a riqueza da comunidade planctônica presente nos reservatórios das Usinas Hidrelétricas Sobradinho, Itaparica, Complexo Paulo Afonso e Xingó, no São Francisco.
- ItemHistória e Epistemologia da Ecologia Humana(2021-03-30) Bomfim, Luciano Sérgio VentinEste livro é fruto de uma contínua e intensa experiência de aprendizagem de conhecer a Ecologia Humana. Longe de parecer um tratado ou manual, ele é a nossa história de aprendizagem. Nesse sentido, reflete nossas premissas, dificuldades e necessidades de aprendizagem. Ele também reflete a nossa busca acadêmica por construir um caminho de encontro entre o que se convencionou chamar de científico e toda uma diversidade de campos, experiências e racionalidades que o âmbito da cientificidade ainda não consegue se permitir apreender. Ele é também um diálogo salutar entre ciência e filosofia, razão e percepção, sensibilidade e historicidade, racionalidades e efetividade. Mas ele é, também, um mergulho no próprio campo da cientificidade, para além dos limites da disciplinaridade estrita e para aquém de qualquer determinatividade, pois é o simples “dispor-se” a uma nova aprendizagem. Partindo de uma suposição errada, de que as questões que aqui estão já haviam sido por nós explicadas, descobrimos, na busca da correção de uma má produção, um universo desconhecido que nos cabia compreender. E, assim, na tentativa de resolver os problemas desta produção, um simples artigo para publicação, fomos arrastados para um processo de construção que nos tomou todo tempo para realização desta experiência de pós-graduação. Lutando contra o que julgávamos não deveria ser nossa necessidade, consumimos tempo em demasia no atendimento de legalidades que nos consumiram a vida de adversidades. Assaltados por essa fatalidade, nosso exercício da racionalidade foi tomado por sensações de forte emotividade, que nos impediram, por um tempo, de nos dedicarmos à sua atividade. Passados os tempos de instabilidade, eis-nos mergulhados em um êxtase de busca e saciabilidade da cientificidade. Secundados por aquela que divide a nossa afetividade e, mais, por aqueles que iluminam a nossa espiritualidade, elementais (Orixás) e espíritos de bondade, mergulhamos em um oceano sem fim de aprendizagem. A experiência construída com esta pesquisa de pós-doutoramento transformou- nos não só intelectualmente, tornando-nos mais “sabido” – porém, necessariamente, não sábios – de aprendizagem, mas também psicologicamente, impondo-nos – em função da vida monástica que decidimos assumir, para dar conta do tamanho do desafio projetado – o desenvolvimento de atitudes que, antes, a nossa inteligência emocional não facultava. Esta experiência também despertou, inevitavelmente, as nossas vulnerabilidades espirituais, em um momento de insulamento social, acadêmico, cultural, e mediúnico. Superar as dores dessa experiência e nos tornarmos melhor do que antes não foi nada fácil, e nem deveria sê-lo, se ainda permanecia, em nós, a intensa necessidade de emancipação. Terminamos este livro com uma sensação de “completude”, como nunca havíamos sentido. Satisfeitos, não por termos feito o melhor, mas sim o possível dentro do campo das possibilidades, que sociohistoricamente nos fomos estabelecendo. O leitor encontrar-se-á com um livro por se fazer, naquilo que ele oferece e promete oferecer, pois é, como já dissemos, uma tentativa de aprendizagem. Falamos assim porque, em momento algum, tivemos a pretensão de figurar como a autoridade da História e Epistemologia da Ecologia Humana, pois há muitos grandes e graúdos que conseguem sustentar este papel, mas não nós. Preferimos, no entanto, assumir a responsabilidade de traduzir as citações em francês, inglês e alemão deste livro, sem que queiramos nos apresentar como autoridades nesses idiomas, mas tão somente em função de nossa necessidade de demonstrar, para o leitor, como nós entendemos cada um dos textos aqui arrolados. Procedendo assim, não transferiríamos a um tradutor a responsabilidade que apenas a nós caberia, pois foi no idioma original que tivemos acesso à bibliografia. Críticas ao que fizemos? Estas não faltarão, e assim é o que esperamos, pois, se tal não ocorrer, só podemos ter uma conclusão: que o trabalho que fizemos pouco ou nada instigou a curiosidade reflexiva dos ecólogos humanos.
- ItemAs Raízes da Ecologia Humana(2017) Alvim, Ronaldo Gomes; Marques, JuracyPrezado leitor, colega de profissão, alunos e interessados pelo tema. É com grande prazer que mais uma vez disponibilizamos um livro sobre Ecologia Humana. Há muito, temos visto a grande dificuldade de se encontrar textos, artigos, capítulos e livros sobre este tema que para nós, organizadores, é extremamente fascinante. Ele é complexo e ao mesmo tempo simples, é uma área de estudo que nasce a partir do diálogo com várias disciplinas. É mesmo um campo de investigação adisciplinar. Na verdade, não é fácil trabalhar nesta área, pois o ecólogo humano tem que sair da sua zona de conforto e quem não tem expertise para explorar uma floresta de conhecimento de outras áreas, seguramente terá dificuldade de atuar com o campo da Ecologia Humana. No Brasil, embora os primeiros livros remontem a primeira metade do século passado, esta área de pesquisa realmente veio a ser posta em prática de forma mais efetiva, neste século. Esta condição fez com que nos dedicássemos mais na estruturação desse campo de conhecimento no nosso país, dando um grande impulso nas teorias, com cursos de mestrado e doutorado e, consequentemente, atividades de pesquisa, mas também, realizando análises práticas, experimentando modelos, consolidando uma Ecologia Humana brasileira enraizada às investigações que estão em curso em toda a América Latina. Como marco político desses esforços, devemos celebrar a criação da Sociedade Brasileira de Ecologia Humana (SABEH) e a Rede Latino Americana de Ecologia Humana (RELAEH). Com estes passos nos aproximamos mais das amplas redes mundiais da Ecologia Humana, a exemplo do grupo Norte- Americano e Europeu. Estamos cientes das nossas dificuldades técnicas, econômicas e educacionais, mas sabemos, também, que os futuros ecólogos humanos brasileiros, poderão contribuir, em muito, para a evolução desta área de estudo em nível internacional, pois Brasil não é apenas um país continental em nível de território, mais com uma sociobiodiversidade singular que, certamente, marcam a história da Ecologia Humana em todo o mundo. Partindo desta perspectiva, nós, Juracy Marques e Ronaldo Gomes Alvim, organizadores deste livro, como podem observar, dois apaixonados pelo tema, resolvemos dar uma contribuição para nossos alunos e demais interessados na Ecologia Humana, trazendo ao público, algumas áreas do conhecimento que tiveram e ainda tem forte influencia nos seus conceitos, métodos, e outras diferentes formas de sua aplicação. Para isso, buscamos a colaboração de profissionais de grande qualificação técnica nas suas áreas de conhecimento e suas interfaces com a Ecologia Humana para que pudessem contribuir conosco na construção dessa obra. Os conhecimentos que eles aqui proporcionaram para nós e para você são, sem dúvida, de grande valor acadêmico e, ousaríamos em dizer, que para qualquer estudioso do tema, o terá como material de consulta. Queremos aqui agradecer aos nossos pioneiros escritores como Donald Pierson, Fernando de Ávila-Pires, Paulo de Almeida Machado, Maria José Araújo Lima, Alpina Begossi, Alfredo Wagner, que além de contribuir para nosso conhecimento, são eternamente, importantes fontes de pesquisa. Esperamos que você leitor tenha o mesmo prazer que nós, organizadores e escritores, obtivemos ao ler cada linha, parágrafo, página e capítulo do livro que apelidamos de As Raízes da Ecologia Humana.
- ItemA voz do Tempo: os ventos do Terreiro Bandalecongo(2017) Marques, Juracy; Alves, Maria Rosa Almeida; Marques, RobsonEste talvez seja o mais desafiador exercício a que tenha me submetido nos últimos anos, senão de toda a minha vida enquanto pesquisador: tentar organizar palavras e dar-lhes os merecidos sentidos, dedicando-as aos rabiscos e contornos para o desenho das impressões primeiras de um convite para a leitura desta obra, que se organiza sob os esforços de pesquisadores comprometidos. Não seria difícil evidenciar o currículo individual dos acadêmicos que se empenharam para a realização deste projeto, mas percebo como de maior contributo a gratidão destes por serem agraciados quando do acesso aos conhecimentos e saberes, seja nos terreiros (in locus), ou mesmo em bibliografias disponíveis. O fato é que considero todo o empenho da equipe do Projeto Nova Cartografia Social dos Povos Tradicionais uma responsabilidade social e acadêmica que, a contento, está sendo realizada. Desta vez os esforços foram direcionados para a evidenciação de um fenômeno, dentre tantos outros que ocorrem nas religiões de matriz africana, por uns, chamado de Iroco, por outros, Tempo. Para este prenúncio da obra pode parecer pertinente um breve acesso à memória das viagens em navios, de um continente a outro, onde sonhos, corpos e almas foram e ainda são (trans) feridos pelo poder cortante e sangrento de um ser da mesma espécie que subjuga (va) e mata (va) seus semelhantes por posses. Tantas foram as caminhadas e os açoites por veredas e ambientes distintos, mas comuns a todos que, das matas, das águas, dos ares e da terra representações sagradas foram estabelecendo relações para uma nova ordem do e no Universo. Orixás, Espíritos, Caboclos, Nkisis e Encantados fizeram e fazem da dor, da perda e até mesmo da morte, o (re)nascimento, carregando também o anonimato, as descobertas, as criações, os sonhos e os prazeres das músicas e das danças em rituais. Transformaram e continuam a transformar a repressão e a hostilidade em locomotivas mágicas, encantadas, visíveis e invisíveis que conduzem também a existência humana por trilhos misteriosos de cantos e encantos com sons de atabaques, berimbaus, tambores, palmas e vozes. Eles percorreram e ainda se movimentam nos trilhos sobre (dor)mentes, por estações que aqui no sertão também são chamados de centros, roças, terreiros, barracões, ocas, árvores e templos sagrados, dentre outros. Não vejo risco algum embarcar nesta vagem. Aconselho que mergulhem nesta história de corpo e alma por se tratar também de confissões e relatos muito particulares desde a morada primeira na África, passando pelas margens litorâneas, adentrando nos interiores até suas moradas nos Sertões. E é no Sertão baiano, na cidade de Juazeiro que a equipe da Nova Cartografia Social dos Povos Tradicionais ancora seus barcos às margens do São Francisco, sela seus jumentos, e, com seus apetrechos proseiam com pais e mães de santo, Yalorixás, babalorixas, ogãs, ekedis, makotas, filhos e filhas de santo, enfim ouve das pessoas de candomblé, umbanda e cruzado relatos de pertencimento das e nas religiões de matriz africana. Neste livro queremos dar Voz ao Tempo, senão escutar o sons do seus caminhos. Queremos destacar que a voz não é a palavra. A palavra é uma das manifestações da voz. O que conseguimos traduzir aqui se faz a partir da tradição oral das pessoas que vivem o cotidiano dos terreiros de candomblé e umbanda nos Sertões do nosso Brasil, dos quais, destacamos o Terreiro Bandalecongo regido pelo Tempo. Mais especificamente, esta equipe desvenda os encantos e segredos do Orixá Tempo; localiza o Terreiro Bandalecongo no bairro Palmares I, mais conhecido como Quidé, e que tem como Yalorixá Maria da Paixão (Mãe Maria de Tempo) para que você, leitor, possa também ser parte desta narrativa.
- ItemA Zooterapia do povo indígena Pankararú no Semiárido Pernambucano(2017) Santos, Carlos Alberto Batista; Lima, Jaciara Raquel Barbosa DeA pós-modernidade descortinou uma constelação de discussões acaloradas sobre a utilização dos recursos naturais, emergindo com bastante vigor a questão da sustentabilidade, devido a aceleração ao consumismo, dentro de interesses pautados numa lógica da reprodução do capital, que vem se mostrando extremamente predatória ao meio ambiente, causando graves problemas ambientais, ou como prefere o importante pesquisador mexicano Enrique Leff, “uma crise civilizatória”. O ser humano é espécie que, de modo consciente, mais transforma, adapta e se adapta às condições ambientais. Nesse diapasão, estudos sobre o uso dos recursos naturais pelos povos tradicionais ganham relevância, devido às suas relações mais harmônicas e sustentáveis com os elementos da natureza, como afirmou Elionor Ostrom, Prêmio Nobel de economia. O trabalho que ora temos o prazer de prefaciar, vem justamente valorizar as percepções do povo Pankararu dos elementos naturais que os cercam, numa perspectiva êmica, oferecendo aos pesquisadores das mais distintas áreas do conhecimento importante subsídio para compreensão do saber/fazer desse povo. Os conhecimentos sobre os usos de animais com fins terapêuticos detidos pelo povo Pankararu, foram/ são transmitidos oralmente, de geração a geração, e vêm ganhando a atenção dos centros acadêmicos, principalmente no âmbito das etnociências. Compactuando-se com uma nova mentalidade de ressignificações de “conhecimentos válidos”, o presente trabalho aborda as experiências do povo Pankararu, no tocante aos usos da fauna com fins terapêuticos, abrindo espaço para a valorização dos conhecimentos tradicionais. As pesquisas empreendidas nessa empreitada vêm contribuir, de modo significativo, para acrescentar subsídios para uma melhor compreensão dessas práticas tradicionais. Corrobora para a confirmação de uma grande biodiversidade da caatinga (51 espécies animais foram detectadas na área estudada), e os usos sustentáveis desses recursos, além de, talvez mais importante, as simbologias intrínsecas nos elementos naturais utilizadas nas práticas curativas, como relacionar partes dos organismos utilizados às doenças específicas. Os resultados dessa pesquisa são, sem dúvidas, importantes contribuições para pesquisas posteriores, tanto para as etnociências, como outras áreas de estudos.