Pós-Graduação
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Navegando Pós-Graduação por Orientador "Silva, Leandro Soares da"
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- ItemA canção da Relva, Alfred e Emily e debaixo da minha pele: análise comparativa da voz autoral de Doris Lessing(Universidade do Estado da Bahia , 2023-12-08) Viana, Frederico Loiola; Silva, Leandro Soares da; Prazeres, Lilian Lima Gonçalves dos; Oliveira, Calila das MercêsO objetivo deste trabalho é realizar uma análise comparativa, sob a perspectiva da voz autoral, entre os romances A Canção da Relva (1949) e Alfred e Emily (2008) e da autobiografia Debaixo da minha pele: primeiro volume da minha autobiografia (1997), com o propósito de discutir a identidade autoral de Doris Lessing e a sua percepção sobre a sociedade, a partir do lugar que ocupa socialmente. Serão utilizados como embasamento teórico os seguintes autores: Alvarez (2005) para falar de voz do autor, Culler (1999) com sujeito e identidade na literatura, Lejeune (2014), Figueiredo (2013), Arfuch (2010), para tratar de autobiografia e espaço autobiográfico, Sartre (1989), Candido (2006), com a literatura engajada, Compagnon (1999) referente à humanização da escrita, Barthes (1993, 2012, 1975) com a volta do autor e os biografemas, Foucault (1992) com a função do autor e Hall (2006) com a identidade do indivíduo, dentre outros. Os apontamentos metodológicos foram embasados por Bauer & Gaskel (2005), Lose & Magalhães (2019) e Pivetta de Oliveira (2009). As análises foram realizadas através da perspectiva da voz autoral apresentada por Alvarez (2005), em consonância com autores como Fanon (2008, 2005), Mbembe (2014), Said (2007), Costa e Silva (2012), Xavier (2012), Halbwachs (1990), Bento (2022), Gonzalez (2019), Saffioti (2004), Kilomba (2020), Santos (2004). Os resultados foram: Lessing, através das suas narrativas, tentou mostrar os problemas sociais vistos por ela durante o período em que esteve na Rodésia do Sul (atual Zimbábue) e como uma voz que protesta, fez uma crítica às relações sociais presentes no território sul-africano. A autora mostra como era a sua relação com a família, os sentimentos do seu pai e da sua mãe quanto a vida fracassada que diziam levar, além das crises existenciais da mãe ao se deparar com uma fazenda fora de seus padrões formais. A autora escreve suas obras com um comprometimento social, tendo participação tão próxima do que descreve, que se pode dizer que ela participa implicitamente da narrativa; suas memórias e subjetividades são contadas com detalhes ao longo das narrativas.
- ItemCorpos femininos sob a insígnia da violência de gênero: As três Marias e As Meninas(Universidade do Estado da Bahia, 2023-10-27) Rodrigues, Daiane de Moura; Silva, Leandro Soares da; Prazeres, Lilian Lima Goncalves dos; Gomes, Carlos Magno SantosA violência de gênero, seja física, psicológica ou sexual, é um fenômeno que, há muito tempo, faz parte do princípio dos pilares da dominação patriarcal. A partir do século XX, esse tema, sob a ótica da literatura, ganha um novo contexto quando escritoras assumem a voz autoral de textos que denunciam mulheres em situação de opressão. Partindo desse cenário, esta dissertação se propôs a analisar, com base na abordagem comparativa, produções literárias escritas por duas autoras que evidenciaram em suas obras crimes contra mulheres. Desse modo, pretendeu-se discutir a construção dos corpos femininos e as marcas dessas violações em duas obras da literatura brasileira, uma de 1939, As três Marias, de Rachel de Queiroz, e outra de 1973, As Meninas, de Lygia Fagundes Telles. Para tal intento, a dissertação foi dividida em três capítulos. No primeiro, foi apresentado um sucinto estudo das produções literárias escritas por mulheres no Brasil, levando em conta o momento histórico e questões de autoria feminina em Eurídice Figueiredo (2013), Constância Lima Duarte (2022), Silvia Federici (2017) e Mary Del Priore (2004). No segundo, buscou-se tipificar e elucidar as violências de gênero nos romances, a contar das pesquisas de Judith Butler (2015), Heleieth Saffioti (2015), Lia Zanotta Machado (2010) e Marcela Lagarde (2011). Valendo-se das leis vigentes à época e da recepção contemporânea, analisou-se também como a pauta da descriminalização do aborto foi discutida nas obras, partindo das análises de Maria Betânia Ávila (2019), Wilza Vilela, Regina Barbosa (2011) e Leila Barsted (2019). Ao final, no terceiro capítulo, foi explorado como as seis personagens se ocuparam de seus corpos e suas sexualidades. Para definirmos as estratégias narrativas destes atributos, realizou-se um mapeamento dos tipos de representações dos corpos femininos, discutindo questões de gênero, identidades e lesbianidades, em especial, abordagens analíticas sobre o corpo feminino em Elódia Xavier (2021), Luciana Borges (2013) e Guacira Lopes Louro (1997). Sendo assim, Queiroz e Telles nos apresentaram literaturas que romperam a fronteira da representação e nos proporcionaram um legado importante para discutir o corpo feminino como índice da violência de gênero no Brasil.