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Navegando Pós-Graduação por Orientador "Freitas, Ricardo Oliveira de"
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- ItemA memória discursiva regulando sentidos sobre a identidade afro-baiana em reportagens do Jornal da Nacional: entre o mesmo e o novo(Universidade do Estado da Bahia, 2016-07-22) Conceição, Débora de Jesus; Freitas, Ricardo Oliveira de; Machado, Rosa Helena Blanco; Silva , Célia Regina daA presente pesquisa pretende observar os efeitos discursivos presentes em reportagens do Jornal Nacional decorrentes da reconfiguração de elementos da identidade baiana ocorrida a partir da década de 70 do século XX, momento em que a porção afro começou a ser ressaltada. Para isso, foram selecionadas quatro reportagens referentes aos anos 2007, 2009, 2011 e 2013 cujos efeitos de sentidos são reflexos da herança negra na identidade baiana, quais sejam: a preguiça, o candomblé, a capoeira e a sensualidade. O referencial teórico que norteia essa pesquisa é o da Análise do Discurso. A principal ferramenta analítica utilizada é a memória discursiva que ao mesmo tempo que regula, conservando sentidos, permite o rompimento, o deslocamento, possibilitando que novos sentidos passem a fazer parte dessa identidade, de modo a atender as novas exigências socioeconômicas.
- ItemA trilha do medo, a trilha da cura: a literatura de horror de autoria negra feminina na Bahia, uma leitura de Jovina Souza e Hildália Fernandes(Universidade do Estado da Bahia, 2023-05-09) Santos, Margarete de Carvalho; Freitas, Ricardo Oliveira de; Samyn, Henrique Marques; Gonçalves, Luciana Sacramento MorenoEsta pesquisa analisa a produção literária contemporânea de horror de autoria negra feminina na Bahia com o objetivo de investigar quais saberes emergem e seus possíveis efeitos psíquicos em um corpo negro, a partir da leitura crítica dos seguintes textos: o conto “Relicário”, da escritora Hildália Fernandes (2015), e o conto “A tumba n. 03”, da poeta Jovina Souza (no prelo). Oriento-me metodologicamente a partir da teoria da epistemologia do romance, idealizada pelo teórico brasileiro Wilton Barroso Filho, e tomo como ponto de partida a pesquisa da teórica afro-americana Kinitra Brooks (2018) sobre a produção de horror de autoria negra feminina na diáspora, para me questionar sobre como as produções baianas se comportam ao trazerem temas sobrenaturais e sombrios aliados à violência racial. Coloco-me aqui enquanto pesquisadora encarnada, nos termos descritos pela antropóloga baiana Suely Messeder (2020), uma vez que meu corpo move e é movido por esta pesquisa, bem como intercruzo as análises das produções com o meu processo de escrita criativa com temática afro-brasileira. Fundamento as análises a partir do conceito de dispositivo de racialidade pensado por Sueli Carneiro (2005) para que possamos entender como o gênero literário do horror, que possui como principal característica provocar medo, pode nos inscrever no signo de morte ou nos retirar dele a fim de nos proporcionar caminhos de cura através da narrativa. Como resultados, apresento quais as possibilidades que as autoras baianas nos apontam para lidarmos com a dor e o medo de forma resiliente a fim de construir um processo de cura: Jovina Souza nos orienta a fazer o letramento racial para pensarmos estratégias de sobrevivência e nos chama a atenção para nossa capacidade cognitiva para lidar com o trauma racial; e Hildália Fernandes nos apresenta o Abèbè enquanto instrumento para resgatarmos aspectos importantes da nossa identidade que podem reverberar na nossa psique. Utilizo o termo cura dentro da abordagem pensada por bell hooks (2023), para se referir a nossa capacidade de construir mapas a fim de lidarmos com as dores oriundas dos traumas raciais. Me aproximo também dos estudos psicanalíticos que articulam racismo e condição mental, a citar a pesquisa de Neusa Santos Souza (1983). Para refletir como o medo e a dor são manipulados enquanto signo, ancoro-me nos estudos de Byung-Chul Han (2021) e para entender a influência da narrativa literária no processo de cura, trago estudos do Walter Clyde W. Ford (1999), e principalmente me apoio no mito de Ananse Ntontan que me oferece a ideia de cura pela contação de história.
- ItemJohnnie Walker: um estudo sobre os processos de significação em uma campanha antológica(2017-04-28) Silva, Poliana Pereira da; Freitas, Ricardo Oliveira de; Santana Neto, João Antônio de; Silva, Célia Regina daO objetivo principal dessa dissertação foi analisar, com base nos estudos da Antropologia do Consumo, a partir dos trabalhos desenvolvidos por Everardo Rocha (1995, 2000, 2005); Mary Douglas e Baron Isherwood (2013) e dos estudos semiológicos de Jean Baudrillard (1995, 2008, 2015), uma campanha publicitária assinada pela Johnnie Walker, a marca de whisky mais vendida do mundo. A campanha foi lançada mundialmente em 2002 e publicada, entre outras mídias, em cartão postal, antigo formato de anúncio publicitário. Batizada de Quotes, ela se destacou por citar (quotes = citações) trechos de discursos atribuídos a nomes importantes da literatura mundial, da filosofia, da política e da ciência, coligidos sob o tema do progresso pessoal. Dessas citações, cinco foram escolhidas para a análise, buscando responder às seguintes questões: a) Qual a relação entre as citações, o slogan e a marca? b) A partir das citações e dos seus contextos sócio-históricos, quais os valores e as visões de mundo que estariam ligados à ideia de progresso, de acordo com a campanha? c) Como o produto é representado na campanha? O método utilizado foi a semiótica de base peirceana. Os resultados do estudo revelam a importância da publicidade, sobretudo das campanhas institucionais, para conferir e manter uma identidade à marca e, ao mesmo tempo, ao produto, libertando-o do anonimato e da impessoalidade a que ele está exposto na esfera da produção industrial. Por meio da análise das citações, dos seus processos sócio-históricos de produção, foi possível compreender que o progresso pessoal, na perspectiva da campanha, encontra-se alicerçado em valores como esperança, coragem, persistência etc. em uma visão de mundo que acredita na autossuperação, no ser humano e no seu potencial para vencer adversidades. A partir desses valores, que se apresentam sob metáforas, associados à marca e ao seu slogan, a campanha transforma o objeto em signo, em um processo no qual a publicidade funciona como operador totêmico.