Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu (Doutorado e Mestrado Acadêmico) em Critica Cultural (Pós-Critica)
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Navegando Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu (Doutorado e Mestrado Acadêmico) em Critica Cultural (Pós-Critica) por Orientador "Moreira, Jailma dos Santos Pedreira"
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- ItemModos de produção, publicação e circulação de textos de escritoras negras baianas(Universidade do Estado da Bahia, ) Souza, Taise Campos dos Santos Pinheiro de; Moreira, Jailma dos Santos Pedreira; Silva, Ana Rita Santiago da; Oliveira, Maria Anória de JesusA seguinte dissertação reflete sobre modos de produção, publicação e circulação de textos de escritoras negras baianas, observando táticas utilizadas pelas escritoras de inserção nos circuitos literário e editorial e, ao mesmo tempo, de criação de um outro circuito não hegemônico, como forma de resistência a modos de apagamento e interdições de suas vozes. Ainda tecemos uma reflexão sobre a formação de um público leitor e a interação estabelecida com esse público, através dos movimentos de circulação das obras realizados pelas escritoras. Para isso, verificamos como as escritoras estão se organizando para tornar seus escritos mais visíveis frente ao sistema capitalista, à indústria cultural, seus aparelhos e dispositivos. Observamos, nesse processo, que as escritoras pesquisadas encontram diversas dificuldades no percurso de produção, publicação e circulação de suas obras, que partem de um sistema de exclusão que engloba as variáveis: gênero, raça, classe e região. Apesar das formas de interdições várias, que se refletem na dificuldade de materialização do livro, as escritoras negras criam outros caminhos, táticas que facilitam a chegada de suas obras a um público leitor e põem em questão uma cultura capitalista, patriarcal, etnocêntrica. Tais práticas demonstram o quanto essas escritoras, pouco visibilizadas, têm resistido e criado linhas de fuga, perante sistemas de coerção que as silenciam.
- ItemNarrativas autobiográficas de escritoras de Alagoinhas: processo de (auto)formação e ressignificação(Universidade do Estado da Bahia, 2015-09-30) Silva, Gislene Alves da; Moreira, Jailma dos Santos Pedreira; Pereira, Aurea da Silva; Gomes, Carlos Magno SantosO trabalho que por ora apresento é uma pesquisa de natureza qualitativa, que pauta-se em estudos de gênero e da crítica feminista e cultural e que tem como objetivo verificar como as narrativas autobiográficas das escritoras de Alagoinhas, após processo de interlocução destas e enquanto construto da (auto)formação dos sujeitos femininos, criam condições para a (re)significação das suas histórias de vida. Deste modo, trabalhamos, nesta pesquisa, na perspectiva da pesquisa-ação e com o método autobiográfico. Para tanto, nos inspiramos no projeto desenvolvido pela pesquisadora Christine Delory-Momberger (2006) com o ateliê autobiográfico, nos quais trabalhamos com os poemas Eu-Mulher, e Vozes-Mulheres e o conto Olhos d’água de Conceição Evaristo e com a leitura de trecho do livro Quarto de despejo: diário de uma favelada de Carolina Maria de Jesus, buscando verificar como as escritoras de Alagoinhas, em contato com estas outras, repensavam suas vidas. Assim, se fez necessário um arcabouço teórico para pensarmos as questões da escrita de si, escrita feminina, a vivência do gênero feminino etc. A escrita memorialística foi pensada a partir de Lacerda (2003) que nos ajudou a pensar como esta escrita foi por muito tempo considerada, um escrito sem valor, por se tratar de uma literatura que centra a sua construção com base nas experiências vividas pelas escritoras. Teóricos como, Klinger (2012), Santiago (2008) e Arfuch (2012) formam fundamentais para percebemos como a primeira pessoa atravessa a ficção contemporânea, tornando complexos os limites entre o texto real e ficcional. Assim, esta narrativa contemporânea como se apresenta é entendida pelos estudiosos como uma autoficção. É neste espaço autobiográfico que hoje as mulheres se (auto)representam e falam a partir do seu lugar. E a escrita dessa mulher parte das suas vivências, das experiências que se acumulam durante o seu percurso. Uma escrita feminina, que Nelly Richard (2002), nos diz que, não interessa saber a particularidade dessa escrita produzida por mulheres, mas como as marcas do feminino são textualizadas, pois estas marcas aparecem no “corpo vivo” escrito pelo sujeito feminino. Sendo assim, o trabalho desenvolvido no ateliê autobiográfico deu embasamento para a construção das escritas de si das escritoras Luzia Senna e Margarida Souza. Por fim, percebemos que as narrativas autobiográficas promovem a possibilidade de ser e de viver, mas a cima de tudo de tornar-se, de projetarmo-nos para novos horizontes em busca de outros projetos de vida, outras tessituras, novas narrativas. A pesquisa revelou, portanto, neste encontro entre escritoras, e através das narrativas de si, um processo de leituras e releituras, que resultou em autocrítica, autorreflexão, empoderamentos, devires, apontando também para a significância da atividade.