Modos de produção, publicação e circulação de textos de escritoras negras baianas
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Resumo
A seguinte dissertação reflete sobre modos de produção, publicação e circulação de textos de escritoras negras baianas, observando táticas utilizadas pelas escritoras de inserção nos circuitos literário e editorial e, ao mesmo tempo, de criação de um outro circuito não hegemônico, como forma de resistência a modos de apagamento e interdições de suas vozes. Ainda tecemos uma reflexão sobre a formação de um público leitor e a interação estabelecida com esse público, através dos movimentos de circulação das obras realizados pelas escritoras. Para isso, verificamos como as escritoras estão se organizando para tornar seus escritos mais visíveis frente ao sistema capitalista, à indústria cultural, seus aparelhos e dispositivos. Observamos, nesse processo, que as escritoras pesquisadas encontram diversas dificuldades no percurso de produção, publicação e circulação de suas obras, que partem de um sistema de exclusão que engloba as variáveis: gênero, raça, classe e região. Apesar das formas de interdições várias, que se refletem na dificuldade de materialização do livro, as escritoras negras criam outros caminhos, táticas que facilitam a chegada de suas obras a um público leitor e põem em questão uma cultura capitalista, patriarcal, etnocêntrica. Tais práticas demonstram o quanto essas escritoras, pouco visibilizadas, têm resistido e criado linhas de fuga, perante sistemas de coerção que as silenciam.