Medicalização e psicologização na escola contemporânea: a arte de docilizar corpos
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Resumo
Nos últimos trinta e cinco anos, reforçou-se uma tendência das sociedades pósmodernas a pensarem todos os seus dilemas, conflitos, dificuldades e questões existenciais em termos médicos-farmacológicos, sobretudo a partir da influência da psiquiatria biológica e de uma noção de saúde baseada na performance. No campo educacional, as escolas também reproduzem essa prática através de seus agentes educacionais quando diagnosticam e estigmatizam alunos inquietos ou com dificuldades de aprendizagem como desviantes ou portadores de algum distúrbio, geralmente caindo no lugar comum de diagnosticar o aluno como portador de transtorno de déficit de atenção com hiperatividade (TDAH). Tomamos como eixo de análise a teoria da psicologia sócio-histórica para estabelecer o fio condutor da relação entre o modelo higienista do século XX com as formas de subjetivação do sujeito contemporâneo na composição do cenário educacional que tende a patologizar as condutas desviantes a partir do discurso institucionalizante de seus agentes educacionais. Usando o modelo da observação participante como metodologia de campo, este trabalho pretendeu investigar como se estabelece e a quem serve a medicalização no discurso pedagógico contemporâneo de uma escola pública a ponto de atravessar as práticas educativas e legitimar uma categoria de acusação como elemento explicativo e exorcizador.