Agenciamentos críticos em tradução literária em línguas de sinais: epistemologias, fronteiras culturais, performances visuais
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Resumo
A tradução literária tem conferido lugar inconteste para as literaturas em língua de sinais, além de trazer à tona, por meio de sua capacidade de agência, experiências comunitárias de sujeitos socialmente deslocados, o que protagoniza sua característica de deslimite quando rompe com tendências conservadoras. A literatura, nesse sentido, é plural. A tradução, por sua vez, também intercambia esses deslimites, sobretudo, ultrapassando as fronteiras tanto das línguas, quanto das linguagens ao trazer à baila diferentes modos de existir no mundo, aspectos socioculturais, além da difusão de temas caros para o universo das culturas periféricas. Nesse sentido, o objetivo desta pesquisa é compreender o fenômeno da tradução literária em língua de sinais a partir dos aportes da crítica cultural com foco na identificação e problematização dos agenciamentos estéticos, performáticos e epistemológicos que emergem da fronteira de contato entre as línguas. Para tanto, intentamos problematizar as configurações estéticas-literárias em uma língua visual na qual a tradução literária desdobra-se por dentro, pois coloca sistemas em agenciamentos simbólicos e de valores, ao mesmo tempo em que intercambia experiências a partir de categorias como o fenômeno da imagem, performance, linguagens diversas, corpo, visualidade, espaço, além de intervenções ética e políticas no seio desses processos. Nesta pesquisa, os agenciamentos epistemológicos estão ancorados nos estudos da tradução literária, crítica cultural e experiências literárias em língua de sinais, em diálogo rizomático e interdisciplinar. Assim, como escopo teórico dos estudos da tradução literária em recortes culturais recorreremos, principalmente, aos estudos de Walter Benjamin (2020), Paul Ricoeur (2011) e Umberto Eco (2014). Sobre a crítica cultural se farão presente os trabalhos de Roland Barthes (2004), Gilles Deleuze e Félix Guattari (2017), Stuart Hall (2016), Homi Bhabha (2013), Terry Eagleton (2011) e Eneida Maria de Souza (2014). E no tocante aos fenômenos das literaturas em língua de sinais afiguram-se as contribuições Cláudio Mourão (2016), Rachel Sutton-Spence (2021), Ana Regina Campello (2019) e Gladis Perlin (2006).