As questões referentes à cidade tem sido objeto de análise em diversos estudos, devido as constantes transformações urbanas, provocadas pelas demandas de uma população cada vez mais globalizada. Acometidos por uma inesperada pandemia, que matou milhões de pessoas mundo afora, urge a necessidade de pensar novas formas para construir os nossos territórios urbanos, que levem a superação da zona crítica decorrente do processo de industrialização-urbanização e que foi piorada pelo contexto pandêmico da Covid-19, além de promover a convivência, resgatando as dinâmicas sociais e o gozo pleno dos direitos que o isolamento retirou de nós. Com as escolas vivenciando um cotidiano incerto mediante as ondas de proliferação do vírus, foi um desafio ainda maior refletir sobre a relação entre direito à cidade e ensino, mas ainda assim essa pesquisa se propôs a enfrentá-lo. Com o objetivo de investigar as possibilidades de efetivação do direito à cidade em bairros da periferia de Guanambi, é apresentada a proposta de um circuito urbano educacional que contribua para a reflexão sobre o espaço da cidade como um amplo território educativo. Tendo a teoria do filósofo Henri Lefebvre sobre o direito à cidade como perspectiva teórica, esta dissertação parte dos princípios das cidades educadoras e utiliza como método a pesquisa-ação para alcançar os seus objetivos. Nesse sentido, após a breve historicização da formação do território da cidade de Guanambi, desde a segunda metade do século XX até a atualidade e contextualizando o surgimento das suas periferias, foram analisadas três escolas que possuem o ensino fundamental 2, onde foram realizadas entrevistas com as diretoras, e oficinas com os alunos do 9º ano, de modo a identificar percepções e demandas sobre os espaços que circundam as instituições de ensino. Com o material coletado, a dissertação traz como premissa da confecção do produto educacional, um estudo sobre o potencial das cores na vida das pessoas e como aplicá-las no âmbito do espaço urbano periférico, de modo a valorizar o contexto em que são aplicadas e demarcar a desejada fruição dos direitos. Verificou-se assim que um circuito urbano educacional, baseado em intervenções na arquitetura das escolas e do espaço urbano por meio do uso das cores de forma planejada, possibilita a efetivação do direito à cidade e a superação da zona crítica do processo urbanização, através da institucionalização dos princípios das cidades educadoras (que educam) como instrumento de resistência perante as lógicas impostas pelo capital.